terça-feira, 23 de junho de 2015

Inbound Marketing, o que muda para o mercado?

O mercado de comunicação costuma inventar novos nomes para conceitos antigos. Assim, nascem novos especialistas, novos cursos, novos livros...Vende. Nos últimos meses, tenho me perguntado se o Inbound Marketing agrega algo ao mercado ou é um conceito já usado com carinha nova?

Muita pesquisa depois e, hoje, venho a público me declarar convertida: há sim um novo conceito e é muito interessante. Inbound Marketing é uma estratégia de marketing digital focada em conteúdo que busca chamar a atenção de um público interessado em um assunto para um produto ou serviço relacionado a ele. É um esforço casado de conteúdo, gerenciamento de redes sociais e de buscadores na internet. Nada disso é novo, a novidade é o conjunto da obra.

Segundo os autores do artigo HubSpot: Inbound Marketing and Web 2.0, para o Inbound funcionar bem são necessárias três habilidades: a primeira é a capacidade de escrever bons textos que atraiam consumidores, a segunda é a habilidade de distribuir este conteúdo de forma que seja achado facilmente pelo clientes, e por fim, a terceira é a habilidade de atrair e engajar uma comunidade de seguidores que interajam com o conteúdo e expressem seus pensamentos em um diálogo contínuo.
Blog HubSpot Brasil

O artigo citado fala sobre o software de marketing da HubSpot, agência a qual atribui a criação do conceito de Inbound Marketing e é pioneira e líder no mercado de softwares para ele. O produto faz todo o  gerenciamento da estratégia analisando métricas, conversões em lead, apelo do conteúdo, criando campanhas...

Neste artigo também encontrei uma definição fechado do conceito, aqui livremente traduzida: "estratégia de marketing que atrai a perspectiva dos clientes para um negócio e seus produtos, através do uso das ferramentas de web 2.0 e aplicativos como blogs, otimização de mecanismos de buscas e mídia social" (Steenburgh, Avery, & Dahodp, 2009, p.1). E o que isso muda para o mercado? Para começar, há que se integrar os esforços, o que já é muita coisa.

Vamos por partes. Os mecanismos de buscas na Internet estão hoje muito complexos. No começo dos tempos, quanto mais  vezes uma palavra aparecia no seu site, mais relevância seu endereço tinha na resposta do sistema. Em 2012, o Google lançou o Panda, algoritmo que analisa a qualidade do conteúdo, engajamento e nível de abandono de um site para ranqueá-lo nas respostas de pesquisas (leia mais aqui). Por exemplo, é mais difícil o usuário encontrar aquele site que não recebe atualização constante. Recentemente, o Google atualizou ainda mais o algoritmo com o Penguin.

Mais problemas? Mais mercado! Há uma série de empresas que trabalham na otimização do seu site para que ele apareça lá em cima nas buscas. É a Search Engine Optimization (SEO), que precisa ser usada com maestria porque se você usar técnicas demais, os algoritmos detectam e te derrubam por isso também. Nesta área, algumas empresas de publicidade já trabalham, mas as de TI aqui são as donas do jogo. Elas costumam agregar o serviço à venda da plataforma do site.

Aí você tem o uso de redes sociais. Estar presente em todas as redes sociais que lhe interessam respeitando as particularidades de cada uma delas e sabendo aproveitar as melhores oportunidades é uma arte complicada. Há muitos especialistas que estão focando em apenas uma como Ana Tex no Instagram. Uma agência que hoje ofereça marketing digital amplo e rentável para o cliente precisa ir bem mais fundo em cada rede. Aquele estagiário que faz a mídia social de 15 clientes ao mesmo tempo não vai dar conta do nível de especialização que o Inbound busca.

Por fim, há o conteúdo em si.  Não há porque jornalista reclamar da vida. Nunca foi tão importante ter bons textos. Estão nascendo agências como a ContenTools que oferecem exclusivamente conteúdo e os jornalistas só não tomam a frente dessa área se não quiserem. Afinal, quem tem treino para escrita? O Inbound Marketing é todo voltado para ter um bom conteúdo, que fisgue seu cliente nas águas da internet e o converta em consumidor.

Seja num site ou blog, ele quer trazer os leitores até você, e garantir que não saiam mais (todo o conceito do Inboud é primo-irmão do conceito de blog corporativo, por isso ele demorou a me convencer). E a chave-mestra é... bom conteúdo. A ContenTools cita uma pesquisa de 2012 que mostrou que 54% das marcas aumentaram o envolvimento dos clientes em função da qualidade do conteúdo em seus sites. Outra pesquisa realizada pelo Custom Content Council revelou que de cada dez consumidores, seis sentem-se mais seguros para comprar produtos e serviços de empresas que publicam conteúdo personalizado em seus sites.

Em resumo, o Inbound Marketing mexe sim e com todo mundo: publicitários, jornalistas, programadores... A pergunta é: quem vai conseguir oferecer o pacote completo ao mercado e quem vai ficar patinando e dizendo que faz? Para quem quiser saber mais, há o livro "Inbound Marketing, Seja encontrado usando Google, mídia social e blogs". Segundo ele, os próximos 50 anos serão a Era do Inbound Marketing. Mas eu aposto que ele vai mudar de nome a cada três anos na tal Era.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Os blogs mudaram e há novas dicas por aí

Reacendida a chama da paixão deste blog, voltei a ler sobre o assunto. Este nasceu em 2007 e, de lá para cá, mudou muito. E o que mudou no mundo dos blogs? Li muitos textos como "20 dicas para divulgar blog" ou "39 blogging tips". Aqui faço uma compilação das dicas que mais vi e nossas experiências.

Muita atenção: achar interessante não significa que fazemos. Em sua maioria, nós ainda não fazemos...

01. Conteúdo que viaja só

Quando os blogs surgiram, a gente costumava olhar nossos preferidos TODO DIA. Hoje, parece que ninguém anda mais nessa. Assim, cada post é construído como um conteúdo que possa viajar sozinho. Ele será transmitido e trará as pessoas até você. Com sorte, elas passearão nos outros posts.

No Redário: Sempre fizemos posts independentes. Recém-instalamos a barra de compartilhamento que permite enviar o texto por e-mail, usar em outro espaço do Blogger, enviar para Twitter, Facebook, Pintrest ou Google + e também temos um botão de busca interna. Pessoalmente, eu costumo usar mais os marcadores que busca quando estou em outros blogs. Sobre esta dica, me reservo direito de ter dúvidas sobre a eficiência desses botões para a audiência.



02. Interatividade

Lembra de uma moda de quando surgiram os blogs? A interatividade? Continua mode on. O charme da blogosfera ainda é que seus leitores dizem o que pensam e você responde. 100 de 100 textos sobre o assunto afirmam: responda. Este texto tem algumas ideias bem legais para usar interatividade para divulgar seu blog como participar de outros blogs e convidar blogueiros para participar dos seus.

E, na continuação do ponto 01, use as redes socais para divulgar postagens. Aqui tem um gráfico legal do melhor horário para usá-las. Não precisa estar em todas as redes sociais, mas atue em todas que possuir.  Faça mais, informe às pessoas e empresas que elas foram citadas em seus textos.

No Redário: Temos divulgado o blog no Pintrest, Twitter, LinkedIn e Facebook. Facebook é disparado o campeão de audiências com LinkedIn em segundo. Quando divulguei o post sobre Turma da Mônica no Twitter, notifiquei o Sidney Gusman da MSP, que retuitou o link. Foram instantâneas 20 visitas no post. E é o nosso campeão de audiência até agora. O Pintrest em tempo algum jamais trouxe qualquer ser para cá, mas fica lindo.



03. Bom conteúdo

Essa dica é mais uma interpretação resumida de tudo que li. Um texto sobre blog de contabilidade (inglês), sugeria posts fixos com conteúdo que as pessoas possam procurar a qualquer hora, como tabelas ou informações de conceitos. Também li sobre "faça posts que interessam às pessoas" e não só sobre sua vida particular. Há várias dicas de assuntos.  Nesta lista (inglês), um dos profissionais sugere: comece escrevendo para você e siga com o que lhe der paixão, as pessoas notarão isso.

No Redário: Temos um post sobre exame de sexagem fetal em Fortaleza que tem muita visualização. Ele é campeão em trazer leitores pelo Google, creio que pelas informações de "utilidade pública". De resto, escrevemos única e exclusivamente sobre nossas paixões. Espero que esteja sendo um bom conteúdo.


04. Tecnologia

A) Imagens! 100 de cada 100 textos de dicas também dizem: use imagens. Use também vídeos, áudios e links (não retire os leitores do seu blog ao clicar neles, marque para "abrir em outra janela").
B) Plataforma adequada. Tem Blogger, Wordpress, Tumblr... O que mais se encaixa em seu propósito? Escolha um template funcional e com algum apelo visual, há templates disponíveis de graça.
C) Aproveite o que a tecnologia lhe oferece para lhe ajudar a escrever textos, editar imagens e gerenciar o blog, tenha ferramentas. Há apps para Android e para IOS.
D) Analisar a métrica. O Blogger nos diz que postagens são mais acessadas, de onde as pessoas vieram e até que plataforma usaram para acessar. Mas há inúmeras ferramentas que podem falar sobre acesso em tempo real.

No Redário: Estamos avaliando se ficamos no Blogger ou mudamos para Wordpress. Penso eu que este segundo tem uma cara mais "profissional" mas o Blogger estar ligado aos e-mails facilita muito. Dessa decisão depende a necessária mudança de template. Eu particularmente abuso do direito de usar prints de tela como imagem. Não temos nenhuma ferramenta mas (estrelinha para nós!) temos acompanhado e discutido as estatísticas.

05. Tempo

Sim, para escrever textos interessantes há que se ter tempo. Escolher imagens, vídeos e links, também. Pesquisar e escolher as melhores ferramentas? Tudo isso demanda tempo. E havemos de concordar, ninguém tem sobrando.Ter audiência significa se comprometer e dedicar tempo ao seu veículo.

No Redário: Nós estamos tentando encontrar o melhor jeito de nos dedicarmos. Como somos dois, o Redário tem atualizações semanais e revezadas. Nos comprometemos a um dia da semana e tem dado certo.  Lado ruim é que só trabalhamos a divulgação no dia da postagem. A decisão de ficar no Blogger ou mudar está sendo protelada. Na verdade, estamos precisando de uma boa e velha reunião de pauta.

E, só para deixar registrado, eu ignoro completamente as dicas que insistem em posts curtos, notaram?

Bom, estas foram as que mais me chamaram atenção e também algumas metas que tiramos para o Redário. Você tem dicas? Daquelas para quem não tem muito tempo? Estou louca por uma dessas, favor nos contar tudo!

sexta-feira, 20 de março de 2015

O Contador de Histórias também tem seu Dia

Hoje, 20 de março, é o Dia do Contador de Histórias. Nós, seres humanos, rotineiramente, dividimos com pessoas próximas causos e experiências de vida que se relacionam diretamente com aquilo que guardamos na caixola. É na experiência compartilhada que a memória se fortalece. Quando fazemos comentários do tipo: "lembra-se daquela viagem..." e recebemos de algum amigo ou ente querido um sonoro: "Claro que lembro!” atribuímos à memória ares de socialização.

Volta em meia, conto em sala de aula que minha avó faz o esforço de encontrar os amigos ainda vivos, mesmo que em um velório ou sepultamento, não só para velar o corpo daquele que se vai, como também para reviver momentos de um passado longínquo e extremamente saboroso com aqueles que ainda estão vivos. É habitual escutar dela, depois que volta desses encontros, comentários sobre as idades dos amigos, a ordem dos próximos a serem sepultados e os "fura-filas" que, mesmo mais jovens, foram "chamados" a partir antes. Pode parecer que vozinha seja apenas uma "figura", mas faz muito sentido todo o esforço dela de recontar histórias para se manter viva, mesmo em ambientes em que a morte torna-se tão presente. A memória só faz sentido, diz ela, se compartilhada. Assim, traz-se o testemunho e a comprovação, a la São Tomé, de que os fatos relatados aconteceram mesmo.

Um aspecto interessante da contação de histórias é que ela torna imperativa a oralidade. Ou seja, antes mesmo da escrita e de toda a aura em torno do registro, a fala - como uma evolução do processo não verbal de comunicação - é tida como o instrumento que nos diferencia dos demais seres. Concatenar ideias e traduzi-las em um código que, apesar de dinâmico, pode ser compartilhado é algo realmente significativo.

Hoje, contar histórias pressupõe a imaginação mediada pela escrita. É amparado no livro e no que nos diz o autor das tais palavras, que a gente faz caras e bocas, entoa frases, traveste-se de diferentes personagens e deixa a imaginação, mesmo que não completamente livre, seguir o rumo que a liberdade nos apontar. Há quem diga que a gente perde memória com o registro escrito. De fato, mesmo dirimindo-se do exagero dos apocalípticos, quantos de nós guardamos de cabeça os números dos telefones dos familiares ou citações inteiras de poesias e músicas que dão o tom de muitos momentos significativos de nossas vidas? Poucos ou iluminados, como minha esposa, que tem memória de elefante. Quem sofre sou eu (risos), obviamente, nas discussões - raras, ainda bem - que temos. Ela sempre lembra mais do que eu, com falas e pormenores, das coisas que ocorreram.

Mas de tudo o que disse até agora, nada é mais empolgante que contar histórias para uma criança. Liberta de referências preconceituosas ou mesmo de pudores que minam a imaginação, uma criança, se estimulada, vai longe. Tão longe que diariamente quer passear pelos mesmos personagens ("conta novamente a história desse livro, papai") e incorpora a cada viagem uma nova palavra, um novo detalhe, como se apurasse o olho, a fala e a imaginação para novas experiências, daquelas bem dinâmicas que só a fala nos permite ter. Elisa, por exemplo, está vidrada nos livros. Pede para carregar um diferente todo dia, conta para si mesma as histórias, lida com os medos e com as brincadeiras, escolhe quem quer ser e se veste dignamente dos valores dos personagens.

Hoje, por exemplo, foi pra escola dizendo que era a Branca de Neve e, de tão Branca de Neve que é, saiu segurando a barra direita do calção da escola como se fosse a saia do vestido de gala da tal princesa. Espero que eu tenha sido o chofer dessa carruagem encantada e encantadora.


O Dia
O Dia do Contador de Histórias é comemorado desde 1991, com o objetivo de reunir os contadores de todo o mundo.

Bom projeto de incentivo ao hábito da leitura
O Itaú tem um projeto dos mais interessantes de incentivo à leitura. Em sua página Itaú Criança a empresa disponibiliza gratuitamente uma coleção de livros infantis, que é atualizada rotineiramente. Além de permitir o acesso a bons livros, abre espaço para que escritores e ilustradores brasileiros publiquem. Excelente projeto de responsabilidade social. Ganho significativo para a imagem da organização.

Ótimo texto sobre o assunto
Eugênia teve um texto sensacional dela sobre a experiência de ler histórias para uma criança publicado no Literatura BR.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Maurício de Sousa lança app da Turma da Mônica - e prova que jamais sairá das nossas vidas

Quando eu era criança, meu primo Marcelo tinha uma caixa de revistinhas da Turma da Mônica. Uma caixa grande! Ninguém conhece inveja até ter sete anos e ver uma coisa dessas...Estar em Crateús nas férias era aproveitar o limitado acesso que ele concedia aos exemplares.

Pois eis que, dois dias atrás, leio no blog Link que a Maurício de Sousa Produções (MSP) lançou um app com revistinhas chamado "Caixa de Quadrinhos". Eu só posso tirar o chapéu. A forma como eles conseguem se relacionar diretamente com nossa afetividade merecia anos de estudo. O produto "Mônica" é hoje revista, desenho animado, cinema, parque de diversões e por aí vai. Tenho muito a falar sobre eles, mas vou me conter e comentar apenas três iniciativas dos últimos anos.

A começar pelo app. Disponível para IOS e Android, ele permite acesso a 04 revistinhas gratuitas (com propagandas). Lançado em 03 de março, está hoje, 12/03, com mais de mil downloads. O app é tão bom que 90% dos comentários só encontrou de reclamar que as revistas gratuitas são poucas. As revistas pagas podem ser acessadas por compra em dólares do plano mensal (uns 13,07 reais) ou plano anual (uns 105 reais). Dizem na propaganda que são 500. Encontrei apenas 10 de cada um dos 04 personagens principais e mais 04 gratuitos. Pode ser que os outros 456 estejam na versão do plano anual... A promessa é que essas revistas sejam atualizadas constantemente. Perguntei ao Maurício de Sousa se serão só essas dos 04 personagens no Twitter, mas ele não me respondeu.

O que posso dizer é que gostei muito. Usei no celular, um Moto G. A interface é o que há de mais simples. Você baixa as revistas escolhidas e elas ficam disponíveis em sua "Coleção" para serem lidas sem acesso a internet. E, como dito, a versão paga não tem propagandas. Acho rídiculo reclamar que há pouca coisa gratuita, afinal que eu saiba, empresa precisa de receita.

Este é o mais novo passo de uma empresa que só se reinventa e aproveita os personagens sem perder a essência. A segunda iniciativa que vou citar veio no ano passado quando a MSP fez uma parceria com a Tok Stok e lançou a coleção "Turma da Mônica Toy". São materiais de papelaria, móveis, e roupa de cama e banho com essa versão coisa mais linda dos personagens. Para divulgar, foram lançados vários vídeos na internet com historinhas da versão toy. Eu não sei dizer quem gosta mais deles, a Elisa ou eu (eu!). Meus preferidos:





Por fim, o terceiro movimento foi editorial, a "Graphic MSP". Em 2007, a MSP rompeu com a Editora Globo e fechou parceria com a Panini ganhando a prateleira de uma empresa que já domina a Marvel e DC no Brasil. Aproveitando o imenso público infanto-juvenil já trabalhado na Panini, a MSP lançou em  2009 a Turma da Mônica Jovem. E em 2012, veio o excelente projeto "Graphic MSP".

São graphic novels com os personagens do Maurício de Sousa desenhados por outros artistas brasileiros. Primeiro, que eu descobri um mundo de desenhistas e roteiristas brasileiros atuais. Segundo, que as histórias são fantásticas. Aquele personagem que você ama está completamente diferente, mas está exatamente o mesmo.

Foram quatro lançamentos na primeira leva: Astronauta - Magnetar, por Danilo Beyruth e Cris Peter; Turma da Mônica - Laços, por Vitor Cafaggi e Lu Cafaggi (minha preferida); Chico Bento - Pavor Espaciar, por Gustavo Duarte; e Piteco - Ingá, por Shiko. As revistas custam R$19,90 em capa mole ou R$ 29,90 em capa dura em qualquer livraria.

No fim de 2014 iniciaram as novas publicações com Bidu - Caminhos, por Eduardo Damasceno e Luis Felipe Garrocho (segunda preferida) e Astronauta - Singularidade, por Danilo Beyruth e Cris Peter. A próxima será uma nova história da Turma pelos irmãos Caffagi. O responsável pelo planejamento editorial da MSP, Sidney Gusman, já divulgou umas imagens.


O herói da minha infância Maurício de Sousa afirmou no Link que não via o mundo digital canibalizar as revistinhas em quadrinhos. Para ele, eram meios complementares. A MSP está fazendo seu melhor para ser complementar mesmo. Inclusive à minha vida.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Nossa filha não assiste a propagandas

Lá em casa, abolimos o intervalo comercial. Por conta deles ou não, parece que fugir da televisão é tendência mundial. Nos EUA, nos últimos 03 anos, o grupo de 02 a 11 anos baixou seu tempo de TV de 110 para 102 horas mensais (ainda enorme!) e aumentou o tempo assistindo vídeos na internet em 87%. Ainda são apenas 6,3 horas no mês, contudo é uma crescente (Fonte: Wired).

Percebendo a onda, o Google acaba de lançar o aplicativo "YouTube Kids". Por enquanto, só disponível para Android e IOS e nos EUA. Lançado na segunda-feira 23/02, o app estava hoje (26/02) na faixa "entre 50.000-100.000 instalações" e ganhava nota 4,4 nas resenhas. Eu vou baixar quando chegar por aqui, mas daria só nota 2,5.

O lado bom? O visual amigável para crianças permite autonomia. O aplicativo tem quatro opções: Shows (programas de TV), Music (vídeos musicais), Learning (programas do National Geographic Kids e outros canais educativos), e Explore (com uma busca). O app também permite controle parental porque pode desabilitar a busca e o som e programar o tempo de uso diário.

Bacana, né? Só que olha a pegadinha: os vídeos não têm comentários mas o app tem anúncios "kids-
friendly". Resumindo, a Google vai vender espaço de propaganda que vai chegar direto nas mãos do seu filho feitos especialmente para ele.

Há vários motivos para se preocupar com essa exposição, e lá em casa são dois pais que estudam comunicação. A quantidade de comerciais que massacram quem tenta assistir a um desenho na televisão é monstruosa. Pode escolher. Qualquer um dos canais "para crianças" é absurdamente inundado.

Para refletir, recomendo o documentário "Criança, Alma do Negócio" (2007) de Estela Renner e Marcos Nisti, que trata da publicidade dirigida às crianças (mesmo quando o produto não é para elas) e do consumismo infantil. Há também um artigo interessante para discutir alguns conceitos do filme.



Ouvir uma criança de 10 anos dizendo que "toda criança sente vontade de chorar quando pede algo e a mãe diz que não tem dinheiro para comprar" é um negócio que me enerva. Por isso, nós fomos atrás de outros veículos. Os DVDs são uma saída habitual, mas saem caro. Hoje, Elisa assiste a TV, mas sem assistir a nenhum canal de TV. É o milagre do Wifi.

A melhor solução, até agora, tem sido serviços como Netflix e Amazon TV. Ela tem um perfil só dela que direciona conteúdo apropriado. Quase todos os desenhos que têm nos canais de TV estão lá. Mesmo que sejam temporadas anteriores, quem tem dois anos não se importa em pegar "o último lançamento". Por isso mesmo, nossa filha também tem acesso a muito do que "saiu de moda" e que não deixou de ser bom. Ela estava assistindo "Em busca do Vale Encantado" (1988) neste fim de semana. Lembra do Littlefoot?

Enquanto o app não chega no Brasil, o site do YouTube é uma boa segunda opção, mas com dois poréns. Primeiro que ele sugere vídeos de acordo com o histórico, ou seja, se a família toda usar o YouTube, seu filho pode acabar vendo uma cena impactante de "The Walking Dead". Nossa amiga Morena fez um e-mail para o filho dela só para personalizar as sugestões do YouTube. Ótima ideia para filtrar conteúdos.

A segunda questão é a dos anúncios sem opção de "Pular" que passam antes dos vídeos. Contra esses, só distrair a criança e esperar passar. Minha tática tem sido ensinar a Elisa a dizer "Mas que bobela Iutube! Me dá meu vídeo A-GO-LA!". Ele não costuma obedecer, mas ela já aprendeu a brigar.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Os veículos de comunicação e os novos tempos

As Tecnologias da Informação e da Comunicação mudaram o jeito da gente se comunicar de forma tão drástica que as plataformas tradicionais de distribuição de conteúdo têm se rebolado para incorporar os novos hábitos. Um exemplo disso está no aplicativo WhatsApp. As emissoras de rádio contam com ele para que ouvintes possam fazer comentários e propor pautas aos programas, ampliando a participação e a interferência em conteúdos antes produzidos exclusivamente por profissionais da comunicação.

Na própria dramaturgia o aplicativo vem sendo incorporado à cena, e as mensagens trocadas entre os personagens saltam na tela, permitindo ao público saber e acompanhar o que cada personagem diz. Isso exige do telespectador mais atenção e intimidade com as novas linguagens. Há quem diga, por exemplo, que um dos recentes trabalhos da TV Globo, a série O Rebu, não tenha obtido a audiência esperada pela estrutura não linear da narrativa e por incorporar as redes sociais à trama (em várias cenas, personagens repercutiam ficticiamente as cenas em aplicativos e sites de mídias sociais).

Mesmo assim, o movimento é crescente, principalmente, fora do Brasil. Na série Sherlock, da rede britânica BBC, as conversas entre Holmes e Watson podem ser vistas na tela da TV. Isso se repete na aclamada série House of Cards (foto), produção exclusiva do Netflix. Não à toa, tem quem se incomode com celulares desligados em cena ou mesmo quando são utilizados pelos personagens de cabeça pra baixo.

Para saber mais sobre as séries citadas, acesse os endereços:
http://www.netflix.com/WiMovie/70178217
http://www.bbc.co.uk/programmes/b018ttws
http://gshow.globo.com/novelas/o-rebu/index.html

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

#Oncers #uglyduckings #EvilRegals #CaptainSwan #QueensOfDarkness

As hashtags acima são alguns dos termos usados pelos fãs da série "Once Upon a Time" (ABC). Ela estreou em 2011 pelas mesmas mãos que criaram "Lost": Adam Horowitz e Edward Kitsis. A quarta temporada está com audiência 13% maior que a terceira e mantem o show entre os 10 programas mais assistido nos EUA. A história segue Emma Swann, uma caçadora de recompensas levada à cidade Storybrook onde descobre que é filha da Branca de Neve e do Príncipe Charmoso e que os contos de fadas são reais. É isso mesmo.

Nas redes socais, os espectadores se identificam de acordo com seu personagem preferido. Quem gosta mais de Emma, interpretada por Jennifer Morrison (House) é um #uglyducking. Branca de Neve de Ginnifer Goodwin (Big Love) tem os #Fairests e o Príncipe de Josh Dallas (Thor), os #Charmers. A Rainha Má Regina de Lana Parrilla (que esteve na 4ª temporada de 24 Horas) tem os #EvilRegals. E todos são os #Oncers. 
Como em toda série, os vários casais também têm seus seguidores. Os "shippers" (torcedores do casal) podem ser #Rumbelles ou #Snowing. Shippers de casais envolvidos em triângulos amorosos brigam horrores online. Emma fica entre #Swanfire e #CaptainSwan. Alguns fãs começaram a torcer por um casal gay dela com Regina, o #SwanQueen. Os criadores negam que o casal exista na série mas ficam jogando um monte de cenas de duplo significado entre as duas (isso é fan service, colocar algo na história só para deixar os espectadores felizes). 

O elenco usa as hashtags para quase todo post que coloca: fotos de bastidores, teasers de próximas cenas, pedaços do roteiro. Semanalmente um deles tuita ao vivo (livetweeting) durante a exibição do episódio. Em alguns dias, dois ou três atores se reúnem para assistir aos episódios e fazer o livetweeting juntos. A prática é barata, simpática e traz um retorno afetivo enorme para os seguidores.  

Adam Horowitz instituiu um concurso semanal de arte sobre a série (e outra hashtag). É a #OnceFanArtFriday. As pessoas postam desenhos sobre a série e ele e os roteiristas escolhem o melhor da semana. O prêmio? Ter seu desenho tuitado por Adam como "vencedor da Semana" na sexta-feira. 

Cada temporada tem 2 temas e cada um traz novos personagens e histórias e... hashtags. Com o tema Peter Pan foi #Neverland. Com Mágico de Oz foi #Wicked. A primeira metade da atual temporada teve Elsa e Anna, então #OnceIsFrozen. Os episódios de março começam com Úrsula, Cruela e Malévola como as #QueensOfDarkness. O canal ABC tem outros sucessos de TV e Twitter como os de Shonda Rhimes (#shondaland), Grey's Anatomy e Scandal. Seus mais populares programas tem sido chamados de "must-tweeting" (é obrigatório tuitar sobre eles).


A partir de 01 de março, entre no Twitter, domingo às 21h e coloque na busca #OnceUponaTime. Durante a semana, coloque na busca do Google para descobrir quantos sites especializados repercutiram  e leia os comentários dos textos, nos quais os fãs que iniciaram os debates nas redes sociais voltam a discutir cada detalhe. O conjunto da obra é o buzz. Provavelmente, você vai descobrir muito barulho sobre #OnceUponaTime.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Para ler Antes e Depois de Ter filho

(Este texto é a republicação de um post de 03/07/2012 de um outro blog que tirei do ar).


A internet é um mundo de informações sobre todos os tipos de questões que envolvem bebês. Da tentativa de ter um filho ao melhor jeito de educá-lo, tem textos para todos os tipos e gostos. Mas eu amo mesmo um bom livro. E, aqui em casa, estamos criando uma verdadeira biblioteca "Criando Elisa". No fim de cada texto, tem link para encontrar os livros na Estante Virtual, um site de sebos. Todos também são facilmente achados em livrarias.


Nana Nenê - Robert Bucknam e Gary Ezzo
Este é o meu preferido em matéria de "pais de primeira viagem". Dados essenciais sobre alimentação e sono. Todos os livros que tratam de sono batem no ponto do bebê ter uma rotina fixa de alimentação de mais ou menos 3 em 3 horas (coisa que os pediatras odeiam mas eu fiz, recomendo e defendo - e minha filha esteve sempre acima do peso). Este ganhou pontos muito por ser exequível e direcionado para o casal e não só para a mãe. No primeiro mês da minha bebê, ele ficava na minha cabeceira direto. E a Elisa dorme a noite inteira desde o segundo mês. Ele está por R$ 34,90 na Cultura ou nos sebos.

Os Segredos de uma Encantadora de Bebês - Tracy Hogg
Foi o primeiro que me foi recomendado e talvez por isso eu tenha ido com muita sede ao pote. O livro tem realmente várias dicas importantes. Ela também tem um método parecido com o do Nana Nenê. Só que eu achei que tem um tom machista: é só para as mães. Também faz tudo parecer muito fácil, quando na realidade é bem mais complicado. Corre o risco de você se sentir incapaz por não conseguir fazer o que ela diz. Acho que não fui com a cara dela talvez. Mas confira você mesmo porque a mulher é adorada por várias pessoas que conheço. Na Cultura está por R$ 63,00, mas fica por 30 e pouco nos sebos.

Criando Meninas - Gisela Preuschoff
O livro tem essa capa rosa brega aqui do lado e afasta todos os potenciais leitores. Eu NUNCA teria comprado algo com esse ar de "meninas usam rosa". Mais eis que meu chefe me deu de presente e foi uma excelente surpresa. Faz um apanhado de várias questões da educação de uma menina começando pelo ponto "que características uma mulher admirável tem para você?". Sexualidade, educação e as diferenças de aprendizado entre os meninos e as meninas, como instigar mais as meninas em campos onde elas em geral  não são naturalmente aptas (como geomentria espacial e afins), literatura e quais heroínas podem transmitir bons valores e brinquedos, inclusive como lidar com a Barbie. Não aprofunda muito os tópicos, até porque a autora preferiu dar conta de muita coisa de forma geral. Mas vale a pena. Livro novo custa R$ 39,70, mas os usados estão bem mais em conta aqui.

Pekip - Estimular bebês brincando - Anne Pulkkinen
Nossa professora de yoga Baby recomendou este le ele está em cima do tapetinho da minha filha até agora. Todo dia que a gente brinca no tapete eu faço pelo menos três exercícios. O método PEKIP - Programa de Pais e Filhos de Praga desenvolveu várias brincadeiras que estimulam o desenvolvimento motor, social e emocional dos bebês. Sem contar o fortalecimento do vínculo entre os pais e os pequeninos. Além de trazer exercícios por faixa etárias (de três em três meses), ainda tem sugestões de brinquedos que os próprios pais podem fazer e quais são realmente necessários de se comprar (poucos, são poucos mesmo). Vale os R$ 34,00 do novo, até porque tem usado mas é raro.

Fadas no Divã - Mario Corso e Diana Lichtenstein Corso
Este último não é essencial e é caro. Este casal de psicanalistas analisou as principais histórias de contos de fada, e não só essas como também as atuais, e esmiuçou tudo para pessoas que não entendem nada de psicanálise. Que mensagens elas trazem e o que representam no desenvolvimento das crianças. Ursinho Puff, Turma da Mônica e até o Harry Potter estão lá. O livro também fala sobre o hábito dos pais contarem histórias aos filhos e sua importância. É um texto primoroso que você pode ler em ordem ou ir saltando para os capítulos que lhe interessam. Ler por prazer. Carinho mesmo, custa R$ 88,00 mas dá para fuçar em busca de um que seja um pouco mais barato.

Eduque com Carinho - Equilíbrio entre Amor e Limites - Lídia Weber (Adicionado em 19/02/15)
Foi uma indicação da minha prima psicóloga e é perfeito para quem quer dar limites mas opta por não usar punição física. Longe de ser o pai "pode tudo porque não vou dar palmada no bichinho", os Princípios da Educação Positiva defendem que os limites na educação deve ser na mesma proporção do amor que a criança recebe: abundantes e constantes. Tem um livro para o adulto e outro para a criança já em fase de leitura. Eram as palavras que eu precisava para perseverar no caminho do "diga não a seu filho", porque esse caminho é atribulado... Custa R$49,90 o novo, os usados não estão tão mais baratos.


Eis minha lista até agora. Estou sempre aberta a sugestões.

Menino ou menina - Sexagem fetal em Fortaleza

(Esta é a republicação de um post em um extinto blog sobre maternidade em 12/06/2012. Atualizando, o Laboratório Clementino Fraga não faz mais esse exame em Fortaleza.)

Gravidez é uma época de ansiedades, várias. E uma das primeiras é descobrir o sexo do bebê. Principalmente se as mães estiverem doidas para começar a pensar no quarto, nas roupinhas... No ultrassom que faz a translucência nucal, feito de 11 a 14 semanas, os médicos já conseguem dizer com 70% de chances qual o sexo, mas certeza mesmo, eles só dão mais pra frente.

No meu caso, ainda tinha uma viagem familiar para os EUA e eu precisava fazer encomendas. Então, fiz o exame de sexagem fetal. Esse exame é feito pelo sangue da mãe. Como nós mulheres só temos cromossomos XX e os homens têm XY, o exame faz uma varredura no nosso sangue. Se aparecer algum cromossomo Y, é menino. Se não aparecer, menina! Se feito após a 8ª semana de gravidez, a taxa de acerto da Sexagem fetal é de 99%.

Caso a gravidez seja de gêmeos com placentas diferentes e aparecer Y, o exame só garante que um dos dois é menino e não os dois. Tirando isso, é a solução para quem quer gastar mais para saber. Afinal, o exame é particular. Lembre de pedir o recibo ao laboratório porque você pode descontar isso como despesa médica no seu imposto de renda.

Aqui em Fortaleza eu encontrei dois laboratórios apenas o LabPasteur:

LabPasteur - 85-30036063
R$451,00 (Em 2012, era R$237,00)
Sai em 6 dias úteis. Pede para fazer a partir da 11ª semana.
Faz o exame de segunda à sexta, até as 10 horas. Não precisa jejum.

Eu fiz no Pasteur (ansiedade, lembra?) porque saía mais rápido. O resultado pode pegar pela internet.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Por mais pequenas engenheiras

Que há áreas do conhecimento mais ligadas a um gênero ou a outro, todo mundo aceita. A questão é fecharmos o espaço para um dono só. As meninas acabam sendo pouquíssimo estimuladas para as ciências exatas. Inclusive na forma de brincar. Isso até alguém brilhante inventar a GoldieBlox. É um brinquedo que estimula meninas a construir máquinas e sistemas de engenharia.

A engenheira Debbie Sterling, formada na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, percorreu um caminho complicado numa área predominantemente masculina e teve a ideia de estimular futuras colegas a abraçar a engenharia.

 Ela criou a GoldieBlox - Brinquedos para Futuras Engenheiras. O projeto foi lançado no KickStarter, portal para angariar fundos na Internet, e obteve mais de US$ 280 mil de 5 mil apoiadores. Cada caixa é composta por um livro e um kit de engenharia para montar coisas como uma correia de transmissão. O brinquedo é direcionado para meninas de 05 a 09 anos. As mini-engenheiras ainda são estimuladas a compartilhar as fotos das suas invenções no site da GoldieBlox. Ainda não tem no Brasil...snif


Inicialmente, o comercial tinha como trilha uma paródia da música "Girls", dos Beastie Boys. Mas o grupo entrou com um processo contra a empresa por direitos autorais. Uma pena a GoldieBlox não ter negociado antes isso, porque a sacada da letra da paródia era outro aspecto fantástico do comercial. Eles transformaram a versão original de: "Garotas - para lavar a louça, Garotas - para arrumar meu quarto, Garotas - para lavar as roupas, Garotas - e fazer no banheiro, Garotas - tudo o que eu realmente quero são garotas" para uma versão cantada pelas meninas: "Garotas - constroem uma nave espacial, Garotas - criam um novo aplicativo, Garotas - que crescem sabendo que podem projetar essas coisas, Garotas - tudo de que realmente precisamos são garotas".

E tem ainda vários vídeos no YouTube explicando como a "Princess Machine", nome que deram à engenhoca do comercial é feita. Este fala da cozinha: