terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Lá e de volta outra vez

Eu sempre gostei do título que o personagem do livro "O Senhor dos Anéis" dá à obra que ele escreve contando suas aventuras. "Lá e de volta outra vez" pode resumir todas as aventuras. Pois foi assim que fomos ao Brasil passar o Natal. Lá e de volta outra vez.

Dias muito loucos, em que andamos quase sem contato com Internet por não termos levado o nosso computador e usamos o celular apenas como "recebedor" de chamadas daqueles que ainda tinham guardado nossos antigos números. Acabamos por encontrar só com os que entravam em contato. Houve faltas gravíssimas. Não desejamos, pela primeira vez, Boas Festas a ninguém com nenhum tipo de cartão. Eu absurdamente não encontrei minha afilhada (e nem a mãe dela). Não vimos amigos queridos como Carol e Blau, Dete e Adriano, Jennifer e Felipe, Juliana Sousa, Olga, Diglas, Rafael... Por mais que a gente corresse (e a gente correu), não deu. Acabou o tempo, hora de voltar.

Os dias foram quase que por completos dedicados a estar com a família. A escutar as histórias, a sentir, estar perto deles, afinal, foram o motivo da viagem. Acabamos também, olha só, pegando filas burocráticas em bancos e repartições resolvendo pendências chatas que eu nem lembrava que existiam. Tomei ainda chá de cadeira em consultório de médico. E tomamos banho de mar (ainda que só uma vez). E eu ainda resolvi gripar. Não tomei sorvete da 50 sabores nem fomos nas tapioqueiras.

Por outro lado, deixamos um rastro de abraços na cidade. Encontramos uma deliciosa vez com o SGB a tempo de comer macarrão da Beth e petit gateau do Mano. Conhecemos a nova casa linda do Daniboy. Fomos imensamente bem recebidos por Marcos, Glória, Sheila e Jonas. Conseguimos comer um sanduíche com o Paulo e Adriana (mas não encontramos Vanessa), um almoço rápido com o Marco, outro com Sabrina. Café da manhã com uma prima, outro com uma irmã. Participamos dos aniversários de Nataly, Brena, Larissa e do Léo. Vi meus primos umas duas vezes. Uma cerveja rápida com a turma da faculdade. Encontrei o Luquinhas durante uma tarde, um "plesente" pra mim. Encontrei minha irmã por parte de um dia. Encontrei os dois candidatos a boneco do Matou a Pau...ta, bloco de pré-carnaval dos jornalistas.

Tenho muito orgulho de dizer que dessa vez nossa partida teve muito menos choro. Minha mãe se comportou muito bem. Fomos lá e aqui estamos de volta outra vez. Não encontramos essas pessoas queridas, mas chegamos a conclusão que amamos muitos. E, graças a Deus, eles nos amam de volta. Energia recarregada. Cá estou novamente enrolada em uma manta. O aquecedor ligado. Mala por desfazer. O irmão do Paulo nos faz visita e vamos ter muito o que mostrar a ele nos próximos dias. Aí é voltar a estudar. E continuar a mandar recados para nossos amigos e familiares. Saudades. Amamos vocês. E até a volta outra vez.

E feliz 2010 para todos!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O Porto em companhias maravilhosas

No último fim de semana fomos apresentados à cidade do Porto (ao norte de Lisboa) por Pedro, nosso colega de Mestrado, e Laura, sua esposa, que gentilmente nos hospedaram na casa deles e, mais do que isso, dedicaram o tempo de descanso a dividir conosco lugares e amigos.

Nos dois dias que estivemos por lá tomamos o melhor vinho, jantamos um bacalhau daqueles, experimentamos diversos mariscos e ainda enfrentamos o melhor da noite da cidade com muita música e uma cervejinha das mais geladas. Tudo com bastante risada, ótimo papo, companhias primorosas e uma chuva persistente, mas agradável.

Ainda tivemos tempo de visitar nossos amigos brasileiros, Nilton e Lúcia, e voltar a tomar com eles mais umas boas taças de vinho da região. No aconchego do AP dos meninos, tivemos a chance de acompanhar as hilárias conversas de Lúcia com os familiares dela, na primeira tentativa de conexão entre eles via Skype. Um exercício da função fática da comunicação ("alô!", "entenderam?", "heim!", "hum-hum!"), como bem definiu Nilton, a serviço do desejo de matar a saudade causada pela distância. Bom demais!

Ah! E não posso me esquecer de comentar a ilustre presença do cachorro de Pedro e Laura, que viajou com a gente e se comportou como um lorde. Obrigado Pedro e Laura (e estendo já o agradecimento aos amigos de vocês) pela atenção. Nada melhor do que conhecer uma cidade com quem já a conhece tão bem.

Pena não termos tirado fotos. Estava tão empolgado que acabei por esquecer a máquina em todos os passeios. Fica para a próxima, então.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Depois do Freeport, uma aventura chamada “Ikea”


O AP onde estamos morando em Lisboa é ótimo. Tem até uma cama para as visitas. O problema, no entanto, é que falta o colchão. Por conta disso, e com o primeiro familiar com data certa pra chegar (meu irmão, Maikon), foi o jeito enfrentar o frio e ir fazer uma visitinha à Ikea, uma loja de artigos para casa, semelhante à Tok&Stok, mas com preços bem mais acessíveis.

Ao contrário do que imaginei e repetindo o que parece ter se tornado comum entre nós (depois da ida ao Freeport) o problema maior estava longe de ser o frio. Voltou a ser a distância. É, ela, outra vez. O transporte público português é bem melhor que o nosso. O metrô já saiu do papel faz décadas e as conexões com as paradas de ônibus são ótimas. A diferença está, no entanto, no estilo da cidade, que não funciona até tão tarde e tira algumas linhas de ônibus de circulação em feriado. E foi isso que aconteceu com o nosso. Fora de linha no último dia 08, Dia da Imaculada Conceição, padroeira do Reino de Portugal. Feriado dos sérios!

Tudo bem. Uma outra opção sempre há de existir. E existiu. Um ônibus na Praça do Comércio, algumas outras estações de metrô dali. Ótimo. Nem tanto. A Praça está em reforma para o reveillon e as paradas estão todas desativadas no seu entorno. Risadas soltas minhas, de Eugênia e Talita. É o que temos feito nessas horas. Depois de procurar e perseguir o ônibus identificamos a parada que está em uso. Subimos, pagamos e, uma parada depois, tivemos que descer. Fim da linha. “O quê?” E lá vai o motorista explicar: “Calma. Ela recomeça na parada aqui do lado”. “Então já podemos ficar?”. “Não, tem que descer para subir novamente”. Novas gargalhadas. Em um transporte público que funciona, a burocracia, mesmo que de leve, teima em “aperriar”. Fazer o quê, né?

Resultado: Saímos de casa às 14h, chegamos na loja duas horas depois e, já pensando na volta, passamos bem menos tempo do que imaginávamos na Ikea. Ou seja, mais tempo entre o ir e vir do que no deleite da compra, que, por sinal, não teve nada de muito chique. Eu tive que trazer o colchão (apesar de enrolado) nas costas entre um transporte e outro; e a Eugênia, de botas, veio cochilando, de tão cansada. Novas gargalhadas! Mas, como diz a Talita, é disso que vamos nos lembrar no futuro. E que boas lembranças né não?

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Que friiiiooo

O frio tem sido uma experiência das mais curiosas para nós, em nossa estadia em Lisboa. Embarcar de uma cidade praiana, ensolarada, de bermuda e camiseta, para outra cujo inverno é bem mais rigoroso que o nosso (com muita chuva, temperaturas abaixo dos 10º e sensação térmica inferior a isso) tem mexido com nossa rotina, de diversas formas.


A mais engraçada delas são as inúmeras camadas de roupas que nos acompanham, após a decisão de sair de casa (quando a coragem permite, claro! Hehe). Acima, duas fotografias tiradas pela Talita, que simbolizam fisicamente a mudança no "tempo". Nossa vizinhança em dias de sol e, ao lado, em dias de chuva. O meu irmão, Maikon, que vem nos visitar agora, no reveillon, que se prepare. rs

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Você chega lá

Bom, tudo começou com a Talita. Ela fica dizendo que não, mas foi. Nossa amiga descobriu a existência de um shopping de lojas outlet aqui em Lisboa. Várias lojas, várias marcas, variados produtos. Todos com preços baratíssimos. Aí o Paulo foi cortar o cabelo e o cabelereiro brasileiro não só confirmou que isso existia, como disse que saía um ônibus do bairro Expo para o tal Freeport, porque ele afinal não ficava em Lisboa mas perto. De repente, começam a aparecer comercais na televisão com o slogan: "Freeport - Você chega lá".

Era aí que a gente deveria ter desconfiado, né? Mas não. Nem quando o Fernando apontou um dia para a Talita: "Tá vendo aquela ponte que a gente não consegue ver o fim? O Freeport fica depois dela". Nem assim a gente desconfiou. O inverno apertou e todo mundo precisou de casacos que fossem coisa séria. Eu fui para o site da empresa Transportes do Sul do Tejo pegar o horário dos ônibus. E, finalmente, ontem, fomos ao Freeport.

Nós pegamos o metro (já disse que metrô se chama metro aqui?) da linha amarela, trocamos por um da linha vermelha. Chegamos na Gare de Oriente às 15:05. De acordo com o site, havia um autocarro (ônibus) às 15 em ponto e outro às 15:30. Pois bem, 15:30, 40, 50... Nada. O bicho chegou às 16. Tudo bem, eu pegava o Paranjana, sei que ônibus atrasam.

Lá, foi aquela alegria. Entrávamos nas lojas, saíamos, nos perdíamos uns dos outros. Algumas lojas foram decepcionantes, outras surpreendentes. Entramos na Rebook e eu disse "poxa, se eu precissa de um tênis comprava aqui mesmo". Os tênis tavam em torno de 50 euros. Há um ano atrás eu comprei um tênis de presente pro Paulo em Fortaleza, foi 300 reais. Compramos os casacos, gorros para a cabeça, meias de frio. Paulo e Fernando desistiram de acompanhar nosso ritmo e eu e Talita seguimos só pelas lojas. Achamos a loja com as coisas mais lindas do universo, chamada Desigual, mas com coisas caras. Pena. Fomos na Carolina Herrera, Versace, Hugo Boss, Guess... Mentira, a gente só olhou a vitrine e saiu de perto. Ninguém tinha dinheiro pra comprar mais nada. Pronto, fomos resgatar os meninos no café para ir embora.

Eram 21:30. De acordo com o site, o autocarro saíria 21 horas de Montijo, cidade perto, e estaria em 25 minutos no Freeport. O próximo era às 22:45. Bom, se ele atrasou tanto na vinda, deve atrasar um pouquinho. Carregados de sacolas, seguimos para a paragem.O frio não tava para brincadeira, o banco de metal era tão gelado que não conseguimos sentar e ficamos em pé. 21:30, 21:40... a fome apertou, Talita colocou as luvas... 21:50 ... eu tirei meu casaco recém-comprado e coloquei... 22 horas ... a Talita tirou o gorro recém-comprado e colocou... 22:10 ...começou a chover.

"Meu irmão, que é que nós tamos fazendo aqui?". Nosso sistema emocional se entregou da melhor forma e gargalhadas histéricas dispararam. "E o pior é que nenhum táxi passou aqui." "Na verdade, passaram uns quatro". kkkkkkkk. Dois carros estacionados perto da gente. "Alguém sabe abrir porta de carro?", "Então é por isso que brasileiro vira criminoso na Europa" kkkkk. "Vamos ligar pra nossa senhoria e pedir resgate? Ela falou que se a gente precisasse, ligasse", "Só que nós estamos fora da cidade" kkkkkk. "Mas se a gente fosse preso será que levavam para Lisboa?" kkkk. Fora de controle.

22:20 o Paulo tirou seu gorro recém-comprado e colocou. Agora, nós quatro parecíamos marginais. O celular de um de nós toca: "Sim, pai? Não, está tudo bem. Estamos indo para casa. Frio? Não, tá só chuviscando um pouco". kkkkkkk 22:30... "Vamos listar o que cada um comprou, onde e quanto?". 22:40 outras pessoas chegam na paragem. Nós pensamos: "Graças a Deus, então o autocarro deve passar por aqui daqui a pouco". Lá vem uma senhora nos perguntar: "Vocês sabem que horas passa o autocarro pra Lisboa?" kkkkk. 22:50 vem um ônibus com outro número do que o que nós esperávamos. Eu fui perguntar ao motorista se não iria para Lisboa também. Quando cheguei na porta, o motorista arrancou sem olhar para minha cara. kkkkkk. Fora de controle mesmo.

23:10, o ônibus chega! Entramos desesperadamente e nos jogamos nos bancos. Mais risadas. Estamos indo para casa! Não, ainda faltam dois metros... Chegamos em Oriente 23:40, paramos para comer no shopping porque não havia mais condições. "Eu agora queria comprar um carro"... Meia-noite no metro. O Paulo inventa a brincadeira não-super legal de perguntar o que a Talita compraria com 10 mil reais. Linha amarela, linha vermelha e 15 minutos depois ela ainda está enumerando e eu estou pensando no divórcio. Chegamos na última parada! Agora caminhar para casa. "Será que ainda está chovendo?", "Não, mas pelo chão molhado a chuva acabou de passar por aqui", "Meu irmão, a gente perdeu até a chuva por alguns minutos"...

Na calçada da nossa casa eu fui obrigada a anunciar: "Ah, meu tênis acabou de descolar!". Fora de controle. Como diria Tá, a gente chorava de rir. Paulo: "meu amor, você vai demorar um pouco agora pra voltar lá, certo?". E assim acabou a ida ao Freeport. E quem quiser ir lá, no futuro, eu fico feliz em indicar o caminho. Não se preocupe, você chega lá. Agora, se volta é outra história....

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

"Poiteiros"


Como nem tudo é estudo (ainda bem!), vale dizer que os nossos amigos portugueses gostam muito de aprender palavras novas, típicas do Brasil. A mais recente delas, ensinada por Eugênia e exemplificada, sendo aplicada em frases, por mim foi “poitar”.

Um verbo de muitas conjugações e que eles adoraram. Ontem, dois desses amigos nos pagaram uma rodada de cerveja no intervalo da aula (mesmo no frio e algo que me lembrou muito meu passado de UFC com Cristina e Daniel hehe).

Animados, eles anunciaram em alto e bom som na cantina: “Paulo e Eugênia vão poitar nossas bebidas”. E caíram na gargalhada. Eu adorei, claro. Cerveja no preço, ótimo papo e um intercâmbio dos melhores.

O professor foi obrigado a ir buscar todos na cantina para retomar a aula (ops!).

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Fim de semana de clima frio e momentos calorosos


Como a rotina de estudos vem pegando a gente de jeito nas últimas semanas, estipulei que fim de semana, independentemente de onde eu esteja, será sempre fim de semana. E isso rende uma programação própria para o sábado, depois da aula que vai até 13 horas, e para o domingo, apesar do frio.

No sábado, cumprindo com um pedido feito pela Eugênia, fomos ao Coliseu dos Recreios. Uma casa de espetáculos de Lisboa, que fica no bairro Restauradores (foto), um “sítio”, como eles chamam aqui, super bonito, de arquitetura imponente, clássica, e que está ainda mais bonito por conta do Natal, com as arvores e ruas todas iluminadas.
Lá vimos o balé russo com o espetáculo “O Quebra Nozes”.

De tudo, valeu pela felicidade da Eugênia e por partilhar com os portugueses um hábito muito legal: o da ida ao teatro com toda a família. Tinham centenas de mães e pais com os filhos, ainda crianças, todos arrumados, com aquelas roupas super estilosas de frio, Muito, muito legal. Vez por outra uma menininha se encantava com os passos dos bailarinos. Algumas delas pulavam das cadeiras para ver melhor e imitar os rodopios. Dá pra notar que o espetáculo em si não chamou muito a minha atenção, mas foi uma experiência ótima.

No domingão, recebemos um convite de Talita e Fernando para um jantar no AP deles. Bacalhau feito pelo Fernando. Receita tradicional da família dele. Vocês acreditam nisso? Pois fomos lá, morrendo de frio, e, como sempre, o papo estava ótimo e a comida, para nossa grata surpresa, uma delícia. Fernando se garantiu e, mais uma vez, ponto para ele e Talita que sabem receber muito bem os amigos. E aí voltamos aos nossos inúmeros planos, aos lugares que queremos visitar, ao que vamos querer ver mês que vem em Madri e tudo o que o encontro com ótimos amigos permite.

De lá, saímos com o pacto (isso mesmo, essa foi a palavra usada pela Talita. Hehe), de sempre aos sábados, depois das aulas, conhecer mais um pedaço de Lisboa. A lista é grande. Ainda bem!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

É Natal

Ontem, eu estava criando raizes em frente à televisão e muito bem coberta por uma manta quando o Paulo resolveu dar uma volta. Estávamos há uns três dias sem botar o pé na rua. A gente se reveza entre o computador, livros de mestrado, televisão e livros de literatura. Lá fomos nós enfrentar o vento gelado.

Aqui os bairros se chamam Freguesias, na verdade, é como se fosse uma Secretaria Regional em Fortaleza. Cada Freguesia cuida da sua vida através da Junta da Freguesia e a Câmara Municial cuida da cidade inteira. Na nossa Freguesia, o Lumiar, tem o Parque Quinta das Conchas e Liláses que nós não havíamos ainda conhecido. Fomos caminhar por lá, o lugar é lindo, enorme, e assim que o frio melhorar nós vamos andar muito mais por lá. Várias pessoas caminhando, correndo, espaço para crianças... Enfim, valeu a caminhada.

E na volta: vejam só, o Natal chegou! A Junta da Freguesia acendeu a iluminação de Natal, nossa rua tem umas estrelas gigantes nos postes, já tem uma mensagem de Boas Festas no letreiro do prédio da Universidade da Terceira Idade, o centro comercial está cheio de árvores de Natal. O Paulo já achou uma candidata à árvore para nossa casa em Lisboa. Em Fortaleza, nós já teríamos montado a nossa, mas aqui não estávamos atentos para a chegada.

Provavelmente não nevará em Lisboa (se Deus quiser, não), mas estamos planejando uma viagem a Serra da Estrela para ter um dia de frio com neve. Também já fomos dar uma olhada no local da concentração do Reveillon de Lisboa. Os planos para o Natal ainda estão meio soltos, mas as festas de fim de ano fecharão um ciclo de muitas inovações para a gente. Pode-se dizer que 2009 foi um ano realmente intenso.

domingo, 15 de novembro de 2009

Nós e o Nobel - parte 2

Continuando as aventuras em Penafiel:

Domingo nós chegamos um pouco mais cedo para as palestras. E ele estava lá. Sentado no meio da platéia recebendo as pessoas. Entramos na fila e lá fomos nós pegar a assinatura do José Saramago. Pedimos a outra pessoa da fila para tirar as fotos. Ele olhou para o livro e disse: "Isso é...", eu respondi: "É a edição brasileira de O Caderno". "Ah, bom". O Paulo tinha me dado esse livro de presente de Dia dos Namorados. E cá está ele assinado.

Depois, nós tentamos tirar uma foto com a Pilar, esposa dele. Mas ela é muito tímida, olhou pro lado, viu o marido e disse, "Tire com ele que é melhor" e saiu. Quando eu estava conversando com ela, o Paulo disse: "Amor, afasta" e eu afastei para direita e quase que me bato com alguém. Quando virei para ver, era o Saramago. Sim, eu ia derrubando o Nobel. Agora, eu já penso que se eu tivesse me batido com tudo nele e ele tivesse caído ou os seguranças me matavam em seguida ou eu me jogava no chão também.

Tudo bem, passou, passou. Fomos sentar eu me tremendo toda. As palestras, mas uma vez, foram magníficas. Saramago falou muito. Uma mulher foi entregar como presente um livro que ela fez reunindo textos e pipas de vários países durante anos para dar a ele. Saramgo responde: "Como vocês podem ver, essa mulher é louca. Louca, louca.". Dessa vez Pilar também fez parte da mesa e falou muito sobre os planos da Fundação José Saramago. Essas palestras foram praticamente todas em espanhol. Tinha um pesquisador que abordou a questão da literatura dele com a Internet. O autor pediu a palavra e disse: "Quem escuta Fernando Berlim falando pode ter a idéia errada que eu entendo tudo de computador. É mentira. Toda vez que sento ali, logo posso ouvir uma voz pela casa: Pilaaaaar." Eles são realmente um casal lindo demais.

O lançamento do livro foi à noite. Completamente lotado. Imprensa, adultos, crianças... Ele conversou sobre o livro. O homem tem um discurso tão coeso que vai falando e naturalmente respondendo todas as perguntas que os jornalistas poderiam fazer. Não foi feita uma pergunta, ele ia passando pelos temas sozinho. Quando terminou, nós vimos a primeira falha da organização: não formaram a fila para os autógrafos. As pessoas voaram para cima da mesa e ficou uma senhora confusão. Nós havíamos acabado de comprar o Caim, A Caverna e o Conto da Ilha Desconhecida. Ficamos na dúvida mas entramos no esboço de fila. Eu achei que não daria tempo, a sessão começou 11 da noite. Quando deu meia-noite e meia, Pilar pediu a palavra e disse: "Pedimos desculpa, mas Saramago só assinará um livro por pessoa". Isso porque algumas pessoas haviam comprado 8, 7, 5 livros para autografar.

Aí a fila andou bem mais rapido, antes de 1 da manhã tivemos nossos 3 livros autografados. Eu com 1 e o Paulo queixou a mulher e levou 2. A sessão seguiu até 1:30. Impressionante a educação que José Saramago demonstrou com o evento. Ele esteve presente em todas as palestras, no filme, autografou até a última pessoa sair. Com a idade que tem, era compreensível se só estivesse em alguns momentos. Mas não, foi uma verdadeira demonstração de respeito com o público. E nossa paixão pelo autor e pela pessoa só aumentou. Essa foto dele com Pilar foi tirada do site Bahia em Pauta.


No dia seguinte, nos despidimos de Penafiel e pegamos nossos 2 comboios para Lisboa. Bem menos fria, é verdade, mas menos encantadora também. Não tinha Saramago nela.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Nós e o Nobel - parte 1


Bom, faz um certo tempo que nós devemos este post. E vai em homenagem aos amigos Marco Aurélio Severo e Beth Catunda. Nosso encontro com José Saramago:

Tudo começou quando ainda estávamos morando no hotel. Eu vi no site da Fundação Saramago que o livro "Caim" seria lançado no dia 19 de outubro, numa cidade chamada Penafiel que fica a uns 350 quilômetros de Lisboa e a 40 de Porto. O lançamento do livro, na verdade, era só parte de um evento chamado Escritaria. Seriam 3 dias de evento plenamente dedicados a José Saramago com a presença do Fernando Meirelles, Nelida Piñon e vários outros especialistas na obra dele entre os dias 17 e 19.

Muitas pesquisas depois, nós poderíamos pegar um trem para Porto e de lá outro para Penafiel. Para não perder tantas aulas, só poderíamos ir no sábado de manhã perdendo o primeiro dia do evento e a Nélida. Eu confesso que me desanimei quando vi que gastaríamos um dinheirinho. Outubro já tinha sido dispendioso porque ainda morávamos no hotel. Mas meu marido é um homem decidido e disposto a realizar sonhos. Então ele não aceitou ouvir falar em gastar dinheiro. Liguei para uma pousada que achei na net. O senhor que atendeu disse que não era mais uma pousada, mas que lá havia bons hotéis, ele me pediu para esperar e pegou uns números para eu ligar. Impressionada com a gentileza da pessoa, um anjo, liguei e encontrei o Penahotel.

Sábado lá vamos nós na nossa primeira viagem de trem na Europa. Aqui eles chamam comboio. Ficamos impressionados com a pontualidade. Nosso comboio de Porto para Penafiel era uns 7 minutos depois da chegada prevista em Porto e deu tempo nós chegarmos e tomarmos um café antes de embarcar para Penafiel.

A cidade é absolutamente linda. Uma cidadezinha de serra no interior de Portugal. É tão pequena que só tinha um taxi trabalhando no sábado, ele levava uma leva de pessoas e a gente ficava esperando ele voltar para pegar mais. O hotel para nossa alegria é lindo, super hiper mega bem localizado. Nós estávamos no início da rua que no início tinha o cinema e no meio o museu. Justamente os locais do Escritaria. Largamos nossas mochilas e fomos para o Museu. Ao lado do hotel, tem a Basílica Nossa Senhora da Piedade que fica em cima de um morro (de onde tiramos esta foto do por do sol), de um lado tem a praça com um jardim lindo e do outro lado uma espécie de bosque no meio da cidade. As Igrejas e a arquitetura encantadoras. Mais frio que Lisboa também. A cidade toda estava preparada para a Escritaria. Textos do Saramago estavam espalhados por caixas nas ruas, cartazes nas vitrines de todas as lojas e post-its gigantes nos muros.

Quando chegamos no Museu, estávamos desavisadamente conversando quando todos começam a bater palmas. Saramago! Entrou acompanhado por sua esposa Pilar. Chegaram os outros palestrantes incluindo o nosso Fernando Meirelles de quem o Saramago falou super bem. Ele tem 87 anos e, apesar de ter um físico fragilizado, não poderia estar mais lúcido. O mais legal foi assistir à interação do Saramago com a esposa. Eles são muito lindos. Ele contou a história de quando se mudaram para Lanzarote e disse que a idéia foi dela e só depois ele concordou.

Ele: "Quando as mulheres têm uma idéia nós homens reagimos de 3 formas. A primeira, que é de todos, é dizer NÃO. Depois, tem uns que dizem : mulher, aquela sua idéia até que não era má. E uns que dizem, mulher aquela minha idéia até que não era má" Todos riram muito. Pilar, da platéia disse: "E tem mulheres que conhecendo o marido dizem: aquela sua idéia até que não era má. Ele sabendo que foi dela e ela também". Saramago fez uma cara muito séria e perguntou: "Pilar, eu já roubei alguma idéia sua?!". Gargalhadas gerais.

À noite, o diretor Fernando Meirelles fez a abertura da programação no cinema de Penafiel onde, pela última vez, o filme Blindness - Ensaio sobre a Cegueira fez uma estréia na tela grande. Lançado há mais de um ano, o filme pode ser adquirido nas locadoras. Para nossa surpresa, Saramago e Pilar foram ao cinema assistir ao filme. Ele sentou na primeira linha de cadeiras reservadas para convidados. Como nem todos os convidados foram sobrou lugares e eu e Paulo sentamos duas filas depois dele. A gente olhava para trás e lá estava o Nobel assistindo ao filme com a gente! Tipo assim, o que vc fez no sábado? Ah, fui pro cinema com o Saramago e a Pilar! rsrs

E assim terminou o primeiro dia de evento. O Meirelles chegou e saiu correndo de todos os eventos, não conseguimos tirar foto com ele. E o José Saramago saiu muito cansado do cinema e não falou com o público. Por enquanto.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Afetos

Hoje, os pais da Eugênia nos telefonaram. Ontem eu falei com minha avó e no domingo último liguei pra minha mãe. Já pela web troquei algumas mensagens com meus primos, tios e irmãos e deixei recados ao meu pai.

Com a distância é muito bom receber o afeto da família. Pessoas amadas e extremamente respeitadas que nos acompanham de coração e espírito por qualquer lugar, mesmo que em outro continente, como é o caso.

Aproveito para somar aos telefonemas, o carinho dos amigos também pela Internet.

Abraços nossos em todos!!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Segura na mão de Deus e vai!

No último sábado, dia 07 de novembro, eu e Eugênia ficamos responsáveis por apresentar o resumo de um texto sobre Estudos Organizacionais (para a disciplina que leva o mesmo nome) de um autor chamado Karl Weick. É a disciplina que mais gostamos por aqui, apesar de ser ministrada aos sábados logo cedo (vocês sabem que a gente facilmente se adapta a vida boa de poder acordar um pouco mais tarde, né? Na verdade, eu nasci pra ela, que o dia meu concunhado Rogério! Hehe).

Nessa aula, só para contextualizar, o professor quis separar a dupla de brasileiros e, para que isso não acontecesse, utilizamos dois argumentos: (eu) eu preciso da inteligência e do inglês dela; (eugênia) o que Deus uniu ninguém separa, professor. O professor riu, claro.

Na verdade, acredito que o professor dessa disciplina (o nome dele também é Rogério) se diverte um bocado com a gente. Para falar sobre estratégias organizacionais movidas pela fé, geralmente pela fé em um líder (que é um dos tópicos do texto), Eugênia citou como exemplo a frase brasileira “Segura na mão de Deus e vai”. O professor adorou e a turma bolou de rir.

Passada a apresentação, em que explicamos também o sentido de “marola” (palavra usada pelo presidente Lula ao se referir aos pequenos impactos da crise financeira no Brasil), muitos dos colegas nos pararam para dizer que tinham ganho o dia ao aprenderem as novas expressões.

Uma das colegas, a Henedina, disse algo parecido com o seguinte: “Eu já praticava muito o ‘segura na mão de Deus e vai’, só não sabia que essa era a expressão que definia minha atitude”.

Deu para notar que Eugênia deu um jeito de empregar com competência e sentido o seu forte catolicismo numa aula que, muitas vezes, aborda questões de caráter puramente econômico. Genial, não?

Depois o professor quer me separar dela. De jeito nenhum! hehe

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Burocracia, sempre ela

Fomos tirar nosso cartão de residência hoje no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras daqui (SEF) que cuida de nós, imigrantes. Os estrangeiros com visto precisam deste cartão para fazer tudo por aqui. Se não tirar tem uma multa, ou coima como eles dizem, de mais de 40 euros por dia. Agendado por telefone há quase um mês, nosso horário era meio-dia. Graças a nossos pais que surtaram em Fortaleza pra nos enviar os documentos devidamente reconhecidos pelo Consulado brasileiro no tempo necessário, estávamos preparados. Chegamos às 11:50. Pois bem.

Primeiro você recebe uma senha A para conferirem seus documentos. Às 13:15 fomos atendidos. Tudo certo? Tudo certo, pois agora peguem aquela fila e troquem essa senha A por uma D. Ah, tá. Neste momento descobrimos que tem um valorzinho de 30 euros a pagar por pessoa. Coisa que não estava no site e que ninguém nos avisou nas DUAS vezes que ligamos para confirmar quais eram os passos para tirar o cartão. Eu fiquei lá e o Paulo saiu em busca de um caixa que aceitasse o Visa Travel em tempo recorde.

Às 14 horas, fomos chamados. Conferem os documentos de novo. Tiram nossa foto, recolhem impressão digital das duas mãos, assinamos pro computador registrar. Tudo certo? Tudo, pois agora peguem a fila e troquem a senha D por uma G. ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... Às 16:40 nos chamam, conferem os documentos (não vou comentar), digitalizam os tais documentos. Assinamos outra vez. Tudo certo? Tudo, pois agora troquem a senha G por uma K. Desta vez, foram só 2 minutos para nos chamar. Pagamos e como diria o ratinho que toma banho no Castelo Ra-Tim-Bum: agora acabou.

Saímos às 17:30. Sim, cinco horas e meia para resolver isso.

Importantíssimo: os funcionários do SEF foram educadíssimos. Eles nos tratam bem e distribuem vários sorrisos. E olha que o horário deles termina às 16 e eles não recebem hora extra desde abril. Foram avisados hoje que essas horas irão para um banco de horas, tem gente lá com mais de 800 horas. E estavam todos lá, até quase 18 horas nos atendendo com prontidão. Ninguém merece, nem eles nem nós.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Vaidades no frio

Quem me conhece sabe que eu não sou a pessoa mais vaidosa do mundo. Mas tem certas coisas que viram necessidade quando a pessoa muda de clima. Quando nós chegamos a temperatura ficava entre 15 e 25 graus, agora estamos indo de 13 a 19. A situação tá ficando complicada.

O primeiro alerta para os meus novos hábitos veio da Talita: "Tu já comprou o secador ou trouxe do Brasil?". "Olha pra minha cara, Talita, eu lá uso isso!" (reagi quase ofendida e fazendo cara de mulher superior). "Ô antinha, e quando tiver fazendo zero graus e tu quiser lavar o cabelo vai fazer o quê? (reagiu a Talita mostrando uma sabedoria que eu não tinha alcançado). Lá fui eu comprar o secador de cabelos, meu primeiro na vida.

Outra compra que precisou ser feita foi de roupa para frio. A Zara e a C&A daqui foram consultadas e nós compramos casacos para um frio, digamos, mais punk. E roupa de dormir com calça e manga comprida, coisa que não teria nem em sonho no Ceará. Para completar, um par de botas porque sandália tá fora de cogitação até janeiro.

Superada esta fase, eu olho para os meus braços e um susto: minha pele tá tão seca que está descascando! Imagine as pernas. Como pode? Explicação: a umidade do ar aqui é baixa pra caramba. Lá vou eu me banhar de hidratante diariamente e usar manteiga de cacau nos lábios direto.


E nesta semana eu fui viver minha primeira experiência em salão de beleza. A cera que eles usam é uma rosa, que não precisa usar perlon, ela endurece e puxam a cera mesmo. Dói mais mesmo com cera quente. Me deu muita, muita saudade da Adriana em Fortaleza. Melhor depiladora do mundo. A depiladora daqui foi mais ou menos simpática ou mais ou menos antipática, dependendo do otimismo de quem encare. "De que é feita a cera da senhora?", ela: "Não sei, já vem pronta. Claro". "Sim, minha senhora, mas quais os compenentes?", ela: "Não sei". Aí a pessoa respira muito fundo e pensa que esta mulher vai estar com o poder de lhe causar muita dor em poucos minutos. "Minha querida senhora, e como eu sei que não vou ter alergia a cera?", ela: "Ah, é isso? Eu testo um pouquinho". Felizmente eu não tinha alergia. Nem à cera nem à depiladora.

Dia de arrumação

Hoje foi dia de faxina aqui em casa. É nesses dias, pelo trabalho que se dá, que toda a dita elegância em torno da experiência de se viver na Europa vai pro espaço. Limpa banheiro daqui, limpa cozinha por acolá, varre-se, passa pano. Molha e enxuga. Põe de molho, põe a máquina de lavar pra funcionar.

Eu e Eugênia costumamos, para descontrair, claro, estipular prazo para terminar a peleja. A cada limpeza, um novo prazo (duas horas e meia, duas horas), ao passo em que a gente divide e se divide para terminar o que ainda resta por fazer.

A casa fica cheirosa, limpinha, arrumada, dá gosto de ver, apesar do trabalho que dá. E assim a gente vai levando, tentando sujar pouco, utilizar menos talheres e panelas, para que, na próxima faxina, fique a sensação de que há menos coisa pra fazer. Será? Hehe.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Um, dois, feijão com arroz!

Pois bem, família e amigos, hoje, depois da experiência de cuidar de uma casa sem Lana e sem mães, posso dizer que, incrivelmente e felizmente, os dotes culinários já nos acompanham.

Eugênia está uma exímia cozinheira e só me restou acompanha-la nos feitos. Foi-se o tempo em que nem um ovo eu sabia fritar! Hehe. Agora, do macarrão ao feijão com arroz; do camarão ao bife, a gente já consegue desenrolar e bem, muito bem, diga-se de passagem.

Ontem mesmo estreamos o feijão. É, encontramos feijão por aqui. E não sei se por conta da saudade ou por conta da fome mesmo ele estava uma delícia. Na verdade, se sobressai aqui a dedicação da Eugênia, que por dias acompanhou os feijões de molho e ainda os temperou bem, acrescentando a elas pedacinhos de bacon. Bom demais!

Quem vier nos visitar terá o privilégio de experimentar alguns desses pratos, por enquanto, os poucos agraciados têm sido mesmo Talita e Fernando! hehe

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Depois da Maitê, ainda bem que existem as Havaianas e o Lula











Mesmo depois da Maitê Proença (vejam em http://www.bluebus.com.br/show/2/9294 /saia_justa_queima_o_filme_do_gnt_em_portugal_que_vergonha), ridiculamente, falar mal dos portugueses e ainda colocar esse tal discurso xenofóbico em rede internacional (via GNT) as menções ao Brasil são muitas (e positivas) por Lisboa.

O Lula é extremamente admirado e há quem acredite que a estabilidade brasileira (já que o tema crise está muito forte aqui) vá por terra quando o Governo do PT se encerrar no próximo pleito.

Ontem mesmo, no intervalo, entre um tempo de aula e outro, um amigo de sala português, interessado em investir na bolsa brasileira, veio me perguntar sobre o cenário político do Brasil para o próximo ano.

Uma conversa boa, que no Brasil provavelmente aconteceria em uma mesa de bar, mas que reflete, bem diferente do que disse a Maitê, muito do relacionamento que os patrícios mantêm de proximidade conosco.

Em sala já, eu e Eugênia, levados por esse respeito ao Brasil e as inúmeras menções a nós (que felizmente nos surpreendeu), optamos por trabalhar o nosso País nos artigos e apresentações acadêmicas.

Em pauta, no momento, em um trabalho para a disciplina Comportamento do Consumidor, as nossas velhas, boas e internacionais Havaianas, que, como nós, “não deformam, não soltam as tiras” (hehe), como já dizia os anúncios da marca da década de 1980. Viva o Brasil! Viva Portugal!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Cativantes

Antes mesmo de viajarmos para Portugal, algumas pessoas já nos avisavam que as pessoas daqui não eram tão calorosas, que o clima, a rotina e, principalmente, as diferenças culturais em relação a nós ajudavam a acentuar isso.

Em parte, a informação é verdadeira, mas só em parte. Isso porque, apesar da distância de muitos, alguns outros acabaram por nos surpreender. Que o digam os proprietários do apartamento que alugamos aqui. Beatriz e José parecem brasileiros, no melhor sentido da característica!

Ela não só nos ajudou em muito com o próprio apartamento, trazendo móveis e mobílias da própria casa, como também nos levou a lojas onde, para o que faltava, em móveis e eletrodomésticos, o preço era mais em conta. Uma dedicação gratuita, por pura generosidade, amizade mesmo. O José, por sinal, adora o Nordeste do Brasil, tem até apartamentos em Natal e, volta e meia, pensa em se mudar definitivamente ao nosso País.

Gente que se desapegou de qualquer tipo de preconceito, que ainda existe por aqui e que alguns poucos do nosso País ajudam a reforçar, e conseguiu tirar da nossa terra o que ela consegue oferecer de mais humano.

Uma simpatia recíproca, dá pra notar, e uma segurança que passamos a ter também, em uma terra tão semelhante e, ao mesmo tempo, tão diferente da nossa. Na última visita que Beatriz nos fez, trouxe umas frutas daqui, que ainda temos que experimentar como “batida”, termo usado por ela para se referir aos nossos sucos com leite (hehe), e o José não se fez de rogado e esticou a gentileza para um convite de passeio, com o objetivo de conhecermos ainda mais a cidade.

Foi com eles que deixamos de ver a Lisboa do subterrâneo (a dos Metrôs) e passamos a conhecer a da superfície, que oscila entre o antigo e o moderno, o tradicional e o ostentoso. Voltamos a ser caroneiros, gente! hehe

A Talita e o Fernando, que também vieram com a gente pras bandas de cá, justificam a atenção com a seguinte frase, cheia de humor: “Nós somos cativantes, gente!” hehe. Na verdade, o que se viu com Beatriz e José foi o melhor exemplo de seres humanos, que podem ajudar outros, independentemente de cultura ou classe social. Isso é que é humanidade, né não?

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O mini preço e suas grandes marcas

Primeiro dia em casa e lá fui eu: ao supermercado! Nossa senhoria me indicou os mais baratos aqui perto e tem um na nossa rua, do mesmo lado da calçada, o Minipreço. O Paulo teve que ficar com ela na casa e eu peguei minha ecobag e me mandei. Todo mundo aqui sai com suas próprias sacolas porque os supermercados cobram pelos sacos de plástico. É o melhor jeito de estimular a consciência ecológica.

Claro que eu sei fazer supermercado, sempre fizemos em Fortaleza. Mas você só entende o que é o poder da publicidade quando se depara com uma loja cheia de marcas desconhecidas. Olhei para um lado e para outro. Bom, então vamos na mais barata, né? Vamos mas com uma insegurança...O pior é quando as coisas mudam de nome. Água sanitária? Não existe. E sabão? Desinfetante?

Olhei para um lado e para outro. Duas senhoras dando sopa. "Faz favor, para lavar roupa na máquina, que produto a senhora me recomenda?" A mulher deve ter me achado retardada, mas me levou até o detergente para roupa. A partir daí colei na dela, o que a mulher pegava eu ia junto. Água sanitária aqui é substituída por um produto chamado Lixivia. Tem muitos tipos de macarrão e de molhos. Quase não tem feijão. Fruta e verdura é outra história, complicada. Na primeira vez, esqueci dos fósforos. Na segunda, fui até ao caixa: "Onde ficam os fósforos?" "Ao lado das traves para lareiras". "Aaaah, sempre achei q era lá mesmo.." "A senhora sabe o que são traves de lareira?" "Não (um não bem humilde e tímido)". Lá foi ele me mostrar.

Depois vi na televisão uma propaganda do Minipreço. Ele tem a própria marca de produtos, a Dia, que eles chamam "a grande marca do Minipreço". As marcas dos supermercados são sempre as mais baratas. Desconfiada fui conferir. Sim, TUDO que eu comprei era da mesma marca: Dia. E depois dizem que as propagandas influenciam a gente...

Voltando

Agora nós podemos dizer que estamos morando em Lisboa!
Apartamento alugado, internet instalada, chips de celular e um telefone fixo.

Temos muitas, muitas, muitas histórias pra contar desses dias que passaram: da nossa mudança, das primeiras idas ao supermercado (nós aqui moramos perto de um minimercado), da ida ao castelo, viagem a Penafiel, do encontro com... bom, são muitas emoções. Vamos tentar colocar tudo em dia.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Fora do ar - temporariamente

A boa notícia é que agora temos um canto para chamar de nosso: nosso próprio apê amarelo lindo.

A má é que estamos sem internet desde sexta.

Nos próximos dias isso deve se resolver e voltaremos 'a ativa.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Jardim Secreto


Ontem, nós deveríamos ter ido passear mas eu perdi a hora. Voltamos para o quarto na maior tristeza, a tarde inteira sem fazer nada... Aí lembrei que ainda não tinhamos visto o que tem atrás do quarto. A vista da foto que está no Orkut é de uma janela na lateral do quarto, mas atrás das camas tem uma parede coberta por cortinas pesadas que eu tinha certeza que escondiam outra janela.

Afastei todas as cortinas e, várias janelas! Só que com vidro temperado. Chateada, procurei mexer nelas até abrir. E o que vi? Um estacionamento dentro da quadra. O quarteirão de casas guarda no seu interior um espaço super aberto, que serve de estacionamento. O Paulo viu da janela que tinha acesso do prédio do hotel para ele, era uma portinha que a Talita já tinha tentado abrir mas não conseguiu. Só que lá de cima eu não estava entendendo por onde os carros entravam. Hora de exploração. Desci

Saí pela porta do hotel com dificuldade, ela era dura. Quando fechou atrás de mim, percebi que não abria por fora. Era melhor achar a entrada dos carros porque eu ia ter que dar a volta e entrar pela frente do hotel. Caminhando pelo estacionamento fiquei impressionada com a vegetação enorme e muito bonita (como é que nãi tinha visto aquilo?). Tinha um pai jogando bola com o filho. O espaço funciona mesmo como um quintal coletivo. Achei a saída, era numa ruazinha ao lado do hotel à qual nunca tinha prestado atenção. Outra descoberta: as quadras são interligadas umas com as outras, essas pequenas ruas são como um tunel por onde passam os carros mas acima delas tem um andar de casas. Olhei para o outro lado da rua. Será que a quadra vizinha também tinha estacionamento? Hora de exploração. Entrei.

E descobri meu jardim. Tem uma quadra de basquete muito acabada e atrás dela, um lindo parque. A placa dizia "Jardim Fernando Pessa - Jornalista - 1992 - 2002". "Jornalista? Sou eu!" E já declarei posse do jardim. É um ambiente muito agradável, tinha um casal num banco, um senhor idoso lendo jornal no outro, um outro senhor só pensando na vida em outro. E vários donos de cachorros com seus companheiros. Dois labradores, um chow chow e um boxer se divertiam juntos. Lá vem o boxer em minha direção. "Pronto, vou voltar pro hotel mordida". Que nada, ele vinha com uma bola na boca. Joguei longe e ele foi buscar.

No fim do parque, tem um conjunto de estátuas de cobre chamado A Família. São perfeitas. Tem uma mulher sentada olhando para o parque, uma menina sentada perto dela segurando um pássaro e, minha preferida, um menino em cima de uma bicicleta sendo ajudado por um homem a andar nela. Tudo de cobre, inclusive a bicicleta. Lindo! Fiquei encantada no parque andando de um lado para outro. Aí começou a chover e de repente, me dei conta do frio que estava e eu sem nem um casaco. Hora de correr de volta pro quarto.

Cheguei com as mãos tão geladas que doíam. Mas valeu a pena. Hoje vou mostrar o Jardim aos meus companheiros, mas eles provavelmente não vão achar lindo como eu achei. Porque algo nele me emocionou em um lugar de onde eu não esperava nada. E, mesmo molhada e meio congelada, eu descobri meu próprio Jardim Secreto.

PS. Fernando Pessa foi correspondente da BBC durante a Segunda Guerra Mundial. Fez carreira em rádio e televisão.  Faleceu dias após de completar 100 anos como o jornalista português mais velho na ativa. Andava de bicicleta pelas ruas deste bairro até os 99 anos. A foto deste post foi tirada do blog de Luis Miguel Correia.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

TV Brasil - quase

Estamos fazendo uma pesquisa profunda sobre televisão portuguesa. Aqui são 4 canais: RTP, RTP 2, SIC e outra que não lembro. Passam muitas novelas brasileiras, Viver a Vida começou ontem, Caminho das Índias termina nesta sexta, Paraíso ainda está na época que que o Zeca não andava, Chamas da Vida ainda está na época que o personagem do Dado Dolabella estava vivo e Bela, a Feia acabou de começar. Ah, também tem Poder Paralelo.

Fora as novelas brasileiras eles têm uma Malhação deles, chama-se "Morangos com Açúcar". Novelinha adolescentes que tem várias temporadas e é bem High School Musical, toda hora tem um dançando ou cantando. E é muito, muito besta.

De filmes, são bem norte-americanos mesmo. O jornalismo daqui é muito diferente, eles não usam lide, nem explicam o assunto para quem não pegou a história do começo. Já vão direto no acontecimento atual e quem quiser saber mais, que pergunte.

Agora, quando o Paulo recebe avisos como o da Juliana B sobre o Caldeirão, a gente se salva é pela internet mesmo. Ele assistiu ao Lar Doce Lar e eu vi o capítulo final de Paraíso através do computador. Também acompanhamos as notícias sobre as Olimpíadas pelo You Tube. Qualquer coisa vale para se manter a par do que acontece no Brasil, afinal em matéria de novela n+os somos realmente produto de exportação.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Fotos - como fazer

Desde a época do casamento nossos amigos pedem fotos no blog. Mas como ele é uma coisa muito exposta, nunca tivemos coragem de nos botar aqui.

No Orkut, pelo menos, só quem eu aceitei como amigo tem acesso a elas, é um mínimo de controle mas nos faz sentir melhor.

Por isso, já atualizei hoje as fotos daqui. Nossas primeiras impressões de Lisboa e os primeiros encontros já podem ser vistos lá.

Baixa Chiado


Hoje, é feriado em Lisboa, Dia da Proclamação da República. Por conta disso, dedicamos o dia a passear. O bairro escolhido foi o Baixa Chiado, que fica próximo do Rio Tejo e do Castelo São Jorge. É um local bem comercial, visivelmente habitado e frequentado por pessoas em melhores condições financeiras. A região é muito bonita e charmosa, cheia de casebres com jardineiras cheias de flores, muitos cafés e livrarias.

Acabamos por almoçar em uma pastelaria, como chamam aqui os restaurantes, chamada Eva. E não é que um dos donos é um português, chamado Albino, que morou por décadas no Rio de Janeiro. Acabamos por dividir a refeição com um bom papo, em que ele mostrou a mala direta que recebe, anualmente, do Roberto Dinamite (olha só!!) e a carteirinha de associado ao Vasco. Muito bom!!! Uma figura, que estava também por dividir a atenção entre a gente, a pastelaria e a neta, de nome Mariana. Uma figurinha de 14 meses, toda vestida com roupa cor de rosa, que deixava seu Albino e a gente (por tabela! hehe) encantados.

Apesar do bairro ter um custo de vida mais alto, a pastelaria Eva saiu bem mais em conta do que muitos outros restaurantes que frequentamos por aqui. Um achado!!

domingo, 4 de outubro de 2009

O casal brasileiro em sala de aula


As aulas na Universidade Nova de Lisboa (foto) têm sido muito interessantes. Estamos cursando três disciplinas (Comunicação Empresarial; Os Mercados e o Comportamento do Consumidor; e Comunicação, Mídia e Estudos Organizacionais).

As três têm gerado ótimos debates e a nossa presença tem sido bem recebida. Na verdade, os professores citam muito o Brasil e se surpreendem quando descobrem um casal de brasileiros na sala.

Eu e Eugênia ficamos de olho, esperando alguma referência histórica (relativa ao descobrimento, por exemplo) que deprecie o País, mas isso não tem acontecido (ainda bem! heheh). Os professores, ao contrário, têm mostrado grande interesse nas experiências que conquistamos em terras brasileiras e, já por conta disso, eu e Eugênia fomos convidados por eles para bons debates.

A Caramelo, por sinal, será tema de uma das aulas. O que me deixou muito feliz, apesar da responsabilidade! hehe. E isso é só o começo!

sábado, 3 de outubro de 2009

Procurando um AP

Hoje, depois da aula, mais um dia dedicado a procurar apartamento. Fomos a um bairro chamado Lumiar, no final da Linha Amarelo do metrô, mas em uma área ainda bem interessante. O apartamento, apesar de mais distante, nos agradou muito, mas agradou mais ainda pelo casal de portugueses que nos atendeu.

Eles são ótimos e adoram o Brasil. A visita, ao final, se transformou em conversa de "cumadre". Histórias de viagens deles ao Brasil (por São Paulo e Mato Grosso) e de dicas nossas em relação às praias do Nordeste. Se não ficarmos com o apartamento, pois ainda estamos vendo outros, pelo menos, fica o crédito do bom papo.

Falando em AP, ontem acabei atrasando todo mundo para aula, por insistir em ainda ver um outro apartamento no Bairro Alto, o bairro da boemia de Lisboa, que conta com bons restaurantes e uma arquitetura que valoriza bem a cidade. É o Benfica daqui! hehe

O local também me pareceu muito bom, apesar de não estar completamente equipado, como eles chamam aqui, e exigir alguns investimentos em eletrodomésticos. Quando já estava para reservar com o corretor de imóveis, veio a notícia: contratos só por cinco anos, no mínimo. Um período bem distante do que pretendemos ficar e do prazo estipulado por nossas mães para conviver com a saudade.

Pois, pois! A maratona continua... A gente já já descobre uma Casa Verde Linda por aqui também! Até a próxima.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Caminho para a Rua da Rosa

Bom, eu coloquei ontem que veríamos o Mauro mas acabou não dando certo ontem. Temos até amanhã para corrigir isso. Ontem nós acabamos indo jantar num restaurante italiano chamado Casanostra no Bairro Alto.

O bairro é lindo, lindo, lindo. Nós passamos pela praça Luis de Camões e fomos até a Rua da Rosa. Romântico, né? Não, engraçado. Tudo que a gente tem feito aqui acaba engraçado por pura ignorância.

Assim que saimos do Metro ficamos procurando onde o bonde passava, aí o bonde passou na nossa cara: ah, era aquele. Tudo bem, vamos esperar o próximo. Eu comecei a ler o itinerário no ponto de espera (aqui o transporte é muito organizado, tem horário e itinerário completo de todos os ônibus e bondes que passam por cada ponto afixionado no ponto de espera). Tava meio estranho aquele caminho. Fomos atrás de informação. Sim, o bonde que a gente queria era o que ia para o lado oposto. Certo, vamos mudar de parada.

Aí o garçom brasileiro olhou pra nossa cara e perguntou se havia mesmo algum motivo pra gente não ir andando. Depois de 15 minutos mudando de calçada esperando o bonde, descobrimos que estávamos a 4 carteirões da rua que a gente queria. Santa ignorância, Batman! rsrs

Estamos andando com dois guias de Lisboa e um mapa para turismo. Só que nenhum deles tem o mapa completo da cidade... rsrs Melhor comprar um logo...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Ora, pois!

Meus amigos e familiares,

A experiência em Portugal está sendo incrível!! E as boas histórias já se acumulam, principalmente, de gafes cometidas por nós, Paulo e EugÊncia, na companhia de Fernando e Talita.

Todo dia tem um causo novo pra contar, como a da tentativa de ligar em um telefone público que não funciona ou de utilizar uma máquina de refrigerante que fica com a sua moeda e não despeja o produto.

Mas há outras histórias muito boas, frutos de hábitos comuns da cidade, como a máquina de tirar foto automática e a xerox que funciona sem funcionário, apenas com a inserção de uma moeda. Aqui tudo funciona com a inserção de uma moeda, até o banheiro público.

Estamos preparando um Guia de Palavras que devo trazer na sequência.

Temos muito a dividir com vocês! Hehe

Abração,
Paulo

Vivendo em Portugal mas não ainda morando em Portugal

Oi a todos! Estamos devendo o início do nosso blog em Portugal eu sei. Mas nossa situação ainda não é tão legal assim pra internet. Estamos morando em um hotel. Só tem internet na área de convivência e não nos quartos, aí a gente mal tá usando.

Nossa chegada foi ótima. Olharam nosso visto, perguntaram onde estávamos hospedados e qual era o mestrado e pronto. Tamos dentro! Nem pediram pra ver documento da faculdade, nem olharam mala nem nada. Segundo o Paulo, coisa de gente q tem cara de rica, sabe?

Lisboa é muito bonita, limpa e organizada. Só q a gente ainda não conheceu quase nada. Passamos a segunda na faculdade fazendo matrícula, a terça tirando documentos e passes de transporte e desde ontem estamos procurando apartamento. Essa história de morar em hotel é um saco. Principalmente, porque a alimentação sai muito cara.

Envio mais notícias durante a semana. Hoje devemos encontrar nossos padrinho Mauro e Renata que vieram diretamente de Fortaleza para passear na Europa e estão aqui em Lisboa agora.