sábado, 23 de outubro de 2010

Nós e Tereza Salgueiro em Fortaleza

Quando estávamos em Lisboa, qualquer oportunidade de assistir a um artista brasileiro era uma emoção. Agora, mais de um mês em Fortaleza, tivemos a chance de assistir à cantora portuguesa Tereza Salgueiro em excelente show na Reitoria da Universidade Federal do Ceará, como parte da programação do Festival de Cultura da UFC. Que saudade gostosa!

Nossa saída foi uma correira, não conseguimos nos despedir direito dos amigos, não revimos todos os lugares que queríamos. A volta também foi um mês de intensa adaptação. Agora, já com a casa funcionando completamente, e as recolocações no mercado feitas, voltamos a aportar por aqui.

O momento é de dissertar e rever pessoas queridas. Voltar a andar no calor do Ceará com novas lembranças e uma bagagem bem diferente. Vamos voltar a atualizar o blog, na medida do possível, mas prometo que também um mês longe não acontece mais.

Por sinal, Tereza encantou os cearenses com direito a música do Madredeus, seu primeiro grupo musical, no bis. As pessoas cantaram junto com a portuguesa. Lindo...

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Beijos do leão-marinho

Estamos em contagem regressiva para zarpar de volta à pátria-mãe. Em clima de despedida, já retornamos a lugares que amamos ou foram importantes para a gente e, claro, corremos muito para resolver documentos e pormenores da nossa viagem de volta.

Hoje o passeio foi a um local que ainda não conhecíamos mas eu já sabia que amaria: o Zoológico! Quando fomos na casa dos nossos amigos, Maria de Jesus e Pedro, vimos uma foto linda dela recebendo uma beijoca na bochecha dada por um leão-marinho. Claro que eu também queria um! O show do zoológico além deles, também tem quatro golfinhos super legais. E todo mundo pode receber beijinhos e tirar fotos.

Além do show, o zoológico tem muitos bichos interessantes. A estrutura é diferente do zoo de Buenos Aires, que nós já tínhamos amado, porque as áreas de cada animal são mais próximas. Por exemplo, de onde os tigres estão eles conseguem ver os cervos (eu achei maldade). O tigre branco foi uma atração a parte. Até porque ele estava muito chateado, andando de um lado para outro e de repente, avançou em cima da grade na frente de um homem que tirava fotos. Se fosse com a gente, eu tinha morrido do susto. Predador total... Rinocerontes, leões, pumas, koalas e araras lindas. As girafas pegam folhinhas das mãos dos visitantes (as crianças estavam doidas com isso). Enfim, valeu muito a pena e já está marcado o retorno quando estivermos por aqui de novo. Agora, vamos voltar às malas.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Alentejo Tropical

Embarcamos, na última terça (24), em uma viagem pelo Alentejo, uma das regiões mais importantes de Portugal. Já musicada por Chico Buarque, em “Fado Tropical”, a região ganhou reconhecimento internacional pela qualidade dos vinhos que produz e exporta. O convite para o passeio nos foi feito por Henedida, uma querida amiga de mestrado, e seu marido, José Antônio, que gentilmente se ofereceram para nos guiar por mais uma parte deste país, que tão bem nos acolheu ao longo do ano. É a última viagem que fazemos por Portugal, nessa primeira parte da aventura européia. E fechamos, como diz minha vó, com chave de ouro.

O Alentejo lembra, com o verão em alta, o sertão cearense. São quilômetros e quilômetros de descampados, com plantações e pastos pelo caminho. A diferença ainda está no tom de verde, mais forte, pelas reservas de água acumuladas durante o ano e pelas inúmeras vinícolas. A lembrança do Ceará brasileiro, a viagem de despedida por Portugal, o belo por do sol que pegamos na volta... Tudo deu um clima muito especial para a viagem.

Vimos muitos castelos (são inúmeros no Alentejo), cada um com sua história e peculiaridade, como o Castelo de Monsaraz (foto 1), com grau de conservação e importância para a segurança do país de uma forma diferente. Fomos parar na Espanha, em Olivença (ou Olivenza por lá), uma cidade que já foi portuguesa e está além da fronteira natural do país, que é demarcada por uma longa extensão de água. Curiosamente e devido a uma ponte que foi destruída muitos anos atrás, Olivença perdeu a ligação física com Portugal e passou a domínio espanhol, devido à proximidade que mantinha com o país vizinho. Essa identidade partilhada transformou a cidade, que tem ruas com placas em espanhol e, logo embaixo, referências aos antigos nomes portugueses.

Visitamos a cidade de Évora e o seu Templo de Diana, uma construção romana, que fica no meio da cidade (foto 2); os incríveis cromeleques (foto 3); e ainda comemos um típico cozido alentejano, que se diferencia do feito no restando do país pelo grão de bico ao molho e as carnes com textura mais próximas da nossa feijoada. Um privilégio!

domingo, 15 de agosto de 2010

Colônia - última parada

Entre outras coisas, nossa viagem de junho nos serviu para ter assunto até o dia de hoje neste blog. Isso porque a conversa sobre agosto seria: estudamos, estudamos, dissertamos, depois lemos um pouco mais... Ah, e fomos assistir ao Toy Story 3, que me fez rir muito e chorar mais ainda.

Pois nossa última parada antes de Lisboa foi a cidade de Colônia, na Alemanha. Na nossa logística de companhias low cost era mais barato dar essa passeada extra que sair direto de Viena para Lisboa. A nossa primeira grata surpresa foi o hotel. Aliás, minto, os alemães voltaram a se mostrar muito simpáticos lá. Como é uma cidade mais de "interior" não era assim tão bem sinalizada para a gente com mapas prontos no aeroporto. Mas tinha no hotel. Nosso quarto para quatro pessoas com banheiro relevou-se o quarto na cobertura do hotel, com duas camas de casal separadas por parede, banheiro enorme, varanda e até lareira. Recomendo demais: Hotel Merian. E ainda é barato e fica ao pé da estação de trens.

A grande estrela da cidade é a Catedral Gótica (foto). E minha Nossa Senhora, que catedral! Por mais que se tentasse não era possível tirar uma foto que mostrasse ela toda. Na verdade, o Rogério tirou uma do avião que deu certo. Mas ela é enorme, e muito linda. Colônia é dessas cidades que você percorre a pé tranquilamente. Dali para a cidade velha e o rio é um pulo. Estava lotada, descobrimos que é uma cidade de farra (também). Tem a fábrica de chocolate da Lindt que vende chocolates mais barato que no Free Shop e são maravilhosos. Tem ainda o museu do chocolate nela.

A cidade possui várias ruínas romanas, tinha mais só que com a guerra muita coisa acabou. Perto do prédio da prefeitura, que também é gótico e lindo, estavam fazendo uma super escavação arqueológica (foto 2). Nós ficamos um tempinho vendo os Indiana Jones carregando pedras de um lado para o outro. A Noemi e o Rogério ainda foram explorar mais e se depararam com um desfile de rua com bandinha e tudo e uns portais romanos no meio das ruas. Essas cidades com pedaços de história são muito legais. E depois de tudo isso, retonamos para Lisboa onde nossos companheiros ainda passaram alguns dias antes de voltar para o Brasil. E agora, comecemos as histórias dos últimos momentos Europa em 2010. Que venham novas aventuras!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O Danúbio, os palácios e a Sissi

Eis que chegamos em Viena, capital da Áustria. Depois que marcamos a viagem "Danúbio Azul" teve uma intensa temporada aqui em casa. Pois foi o próprio Danúbio, não tão azul como a propaganda lhe faz acreditar, que nos recepcionou na cidade. E ele é tão longo quanto a valsa.

No hostel, conhecemos uma brasileiro de São Paulo, o Bruno, que estava dando uma passeada pela Europa  e se uniu ao nosso grupo. Imponência é a melhor palavra para definir aquela cidade. Muito bonita, mas um bonito gigante, com muitas colunas, prédios enormes. Imponente. Conhecer a cidade a noite já deixou isso marcado. O palácio Hofburg (foto) na verdade é um conjunto de prédios que inclui a Biblioteca Nacional, vários museus, a antiga escola de cavalaria e muito mais.

Visitamos o museu de prataria dos imperadores, os aposentos reais e, claro, o Museu da Sissi. Eu e Noemi encantadas em conhecer a história da mulher que inspirou tantos filmes lindos. Ela era linda, como as princesas de conto de fadas parecem. Mas a história dela é bem triste. Na verdade, se ela não tivesse sido imperatriz sua vida teria sido melhor.

Pois bem, conhecemos as catedrais, os parques e visitamos Schönbrunn (outra foto), o palácio de verão dos imperadores. Também enorme. Tem um jardim zoológico dentro, tem noção? Também tem um labirinto feito de plantas. Bem Harry Potter. E, para alegria da nossa prima que ficou em Fortaleza torcendo por esse encontro, tem vários esquilos pulando entre as pernas dos turistas.


Fomos a um legítimo café vienense (eu tomei um chocolate). A única coisa que não nos caiu bem foi a comida típica de lá. Super pesada e gordurosa, pelo menos o prato que provamos. Ficamos todos meio enjoados depois. O bom foi assistir a um jogo do Brasil na Copa em um bar de lá. Primeiro que passamos o dia andando com as camisas do Brasil e provocando reações em vários cantos. As pessoas paravam e ficavam olhando a gente passar (um homem no metro fez o som da introdução de Aquarela do Brasil). Depois, que quando a Coréia do Norte fez um gol nós descobrimos que o bar inteiro estava torcendo contra o Brasil. Super feio da parte deles. Meu cunhado fez questão de falar bem alto o quanto eles foram péssimos com a gente (mas ele falou em português para não ter problema).


E encantados com a imponência e riqueza da cidade, deixamos Viena e seus palácios e imperadores. Vale demais visitar e curtir a realeza austriaca. Sem contar que as pessoas foram ótimas. O garçon do restaurante que nos atendeu foi procurar na Internet como dizia os ingredientes do prato em espanhol para nos explicar o que era a comida. Nada como gentileza para nos fazer amar um lugar. E aqui um super abraço para o Bruno que foi ótima companhia nesses dias de valsa.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Bibliotecas e gestão

Hoje, passeio pela Biblioteca da faculdade em busca de livros para a dissertação. Durante o ano que passei acessando o catálogo da Biblioteca Mário Sottomayor Cardia aprendi muitos dados práticos de utilização. Por exemplo, se ao pesquisar no catálogo online, encontrar um livro com a designação BOLSA ao lado, não vá atrás dele. A Biblioteca tem um programa através do qual ela compra livros para alunos com bolsa de pesquisa, indexa e entrega ao estudante. A ideia é ótima: ajuda os alunos a conseguir acesso às obras e enriquece o catálogo da biblioteca. Mas na prática, significa que a obra só estará realmente disponível quando ele terminar o curso e devolver.

Livro com bolinha vermelha na lombada é cativo e só pode ser consultado presencialmente. Existe ainda o empréstimo inter-bibliotecas. Se achar algo que lhe interessa em outra biblioteca do país, anote os dados (inclusive a cota) e a da Nova pede para você. Demora cerca de uma semana. Por fim, se quiser um livro que tenha a designação BSC, isso significa que ele é do catálogo Sottomayor e você precisa fazer um pedido e no dia seguinte lhe entregam.

E agora chego na minha descoberta de hoje. O professor Sottomayor foi alguém que fez uma doação à biblioteca da Nova de um acervo de mais de 60 mil livros,. Essa quantidade é maior que o acervo atual, que hoje tem uns 55 mil livros, por isso ela ganhou o nome dele. Mas... De todo o acervo doado, só cerca de 5 mil já foram catalogados e estão disponíveis. Como assim? Pois é, a biblioteca teve três funcionários aposentados no ano passado e até hoje não repuseram pessoal. São só nove funcionários para dar conta de tudo. Incluindo monografias, dissetações e teses de alunos.

Eles não têm como atualizar o catálogo e gerir ao mesmo tempo. Por mais boa vontade que a equipe tenha, também não possue computadores com capacidade para que o trabalho ocorra rapidamente. Quando eu digo que a Nova de Lisboa tem umas coisas parecidas com minha Federal do Ceará é por coisas desse tipo. A gerência do órgão público por vezes não consegue focar no que realmente conta para seus públicos. No caso dos alunos, quer coisa mais importante que livros? É uma questão de estratégia, e não só porque eu só leio sobre isso agora. E se alguém for checar o acervo da UFC, verá uma situação bem parecida.

Agora, todas as vezes que pesquiso algo e não acho, me pergunto se não estaria entre aqueles 55 mil livros guardados o que eu tanto queria.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Paixão por Praga - nos rendemos

Desde que falamos lá no Brasil em viajar pela Europa o que escutávamos era: vá a Praga! Nossos amigos Dete e Adriano, que já rodaram muito o mundo, elegeram como a cidade mais bonita já visitada. Aqui em Portugal também muitos elogios. E ela sustentou cada um deles e provocou mais. A arquitetura é fantástica. Eu desisti de tirar fotografias porque TUDO era lindo. E quando nós perguntávamos o que era cada prédio descubríamos que era só um prédio residencial. Comum mesmo...

Quando entramos na cidade bateu um desespero porque o tcheco é complicado. Em alemão nós aprendemos frases básicas como "por favor, obrigado, a conta"... Em Praga era impossível. A grafia é diferente demais. A sorte é que quase todo mundo desenrolou inglês conosco. Os tchecos não foram simpáticos, nem um pouco, mas são educados o bastante para direcionar turistas perdidos.

E Praga estava cheia de turistas. E de farra! Ganhou de Dublin. Muitos, muitos bares. Muitas boates e festas. E em clima de Copa do Mundo. Praga tem uma Noite de Museus com visitas a museus à noite e de graça. Nós rodamos um ótimo. No fim da visita? Tinha um bar no museu... E fora dele, uma instalação de efeitos de luzes sobre a fachada de um prédio histórico. Ninguém sabia para onde olhar mais.

Há pontos obrigatórios como o relógio na praça da Cidade Velha (foto), a cada hora, um bonequinho da morte puxa uma portinha e saem outros bonequinhos passeando no relógio. A Ponte Carlos IV tem uma luz muito diferente e muitos artistas populares. O Castelo de Praga tem a Catedral São Vito e uma vista da cidade de parar a respiração.

O Museu Kafka vale muito a visita. Ele tem a carta original que o escritor enviou ao pai e nunca foi lida, fotos da vida inteira e instalações sobre cada obra. O Museu de História Natural, na rua Vaclavské Namesti é muito interessante. A rua tem que ser visitada à noite (foto) também porque as muitas flores no meio do passeio dão um efeito surpreendente. Mas o museu é daqueles que traz esqueleto de baleia no teto e reconstrução de animais pré-históricos. Super legal! E o bairro judeu tem arquitetura linda. Não entramos no cemitério judeu mas ele já me deu um pouco de medo porque não tem nada dos cemitérios claros nossos.

Aliás, tem um city tour que é feito à noite e à pé que é "Praga dos Horrores" que passa pelos vários lugares de execução que a cidade teve e por casas de grandes nomes assassinados. Nós não fizemos. Um dos membros do grupo afirmou que não dormiria se fizesse. Como ela era minha irmã, eu acreditei...

Enfim, realmente temos que confessar. Em matéria de cidade mais linda, Praga ganha pelo conjunto da obra e pela atmosfera mágica em que nos envolve.

sábado, 17 de julho de 2010

A cosmopolita Berlim


Nós comprovamos: Berlim é uma ótima cidade para se farrear. Em junho então, com as temperaturas altas de prenúncio do verão, fomos convidados a provar todas as inúmeras cervejas que o país oferece. E os tamanhos em que elas podem ser servidas também são muito generosos. Eu e Rogério, em homenagem ao meu pai e ao nosso sogro, não dispensamos uma.

Berlim conserva um ar histórico às vezes imponente, como mostra a arquitetura da cidade; às vezes deprimente, como acontece no Memorial do Holocasto e seus inúmeros blocos pretos, em tamanhos irregulares, que mais parecem revelar um campo de concentração a céu aberto; às vezes reflexivo, como há na igreja Kaiser Wilhelm (foto 1), que foi bombardeada durante a guerra e se transformou em local de visitação e oração. É de fato uma cidade onde se reflete muito sobre o passado para se construir um futuro mais moderno, mais acolhedor, mais cosmopolita. E, aos poucos, Berlim fica mais rica e mais atraente aos turistas.

Mais acessível financeiramente e com estações de transportes públicos de fazer inveja a qualquer país e que lembram shoppings (foi nessas estações onde fizemos ótimos cafés da manhã, por exemplo), a cidade alemã é um convite ao retorno. Pontos turísticos imperdíveis, além dos descritos acima: Sony Center (na foto 2 e onde eu, Gena, Noemi e Rogério viramos crianças, jogando Playstation); Catedral; os restos do Muro de Berlim (espalhos pela cidade); a Berliner Fernsehturm (a torre de tv que lembra o desenho animado dos Jetsons); o Portal Brandenburg; o Tiergarten (um parque sensacional no meio da cidade).

E a dica que não poderia faltar: o Restaurante Don Giovanni, que fica na rua Alt-moabit, próxima da Estação Central de Transportes (a Hauptbahnhof). Atendimento excelente (o gerente adora futebol e o Ronaldo), refeições bem servidas e preços super camaradas, como o macarrão a 2,90 euros.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Nós na IAMCR 2010

Tudo pronto para nossa participação no encontro IAMCR 2010 que será aqui em Braga. Já decoramos o programa e estamos ansiosos para conhecer autores como John Downing, Guilherme Orozco, Beth Saad e Dulcília Buitoni. Também encontraremos duas pessoas queridas do Ceará, uma amiga nossa, que foi colega de faculdade do Paulo, e uma professora da UFC. Promete... Coloco aqui os resumos dos nossos trabalhos.

Eu falarei de Gênero e Comunicação Estratégica:

Reaching for the “mature women” – The Brazilian AIDS prevention campaign focusing in women over 50 years old
The Epidemiologic Bulletin published by Brazilian Ministry of Health in the end of 2008 alerted that the number of infected women over 50 years old had doubled from 1996 to 2006. This works analyzes the 2009 Carnival AIDS prevention campaign that had as target women over 50 years old. The empowered discourse used by the adds and its effective in the Brazilian woman reality are discussed.

Nós dois juntos apresentaremos esse:

Substituting news for poetry – The O Estado de São Paulo fight against censure in Brazilian dictators years
In the last military dictatorship in Brazil, the Institutional Act Nº 5 marks the transition to "hard lines" governments, in a period of strong censure on journalistic activity. In this new scenario, some newspapers highlight against limitations imposed on the freedom expression. This article analyzes “O Estado de São Paulo” roles, newspaper which reached condone the military, but, after then, transformed in a resistance's symbol. Among the measures to strengthen this argument is since the more aggressive, as happened in December 13th, 1968 with the publication of the editorial “Instituições em Frangalhos”, until others, not least cause impacts, as the replacement news for poems.

E o Paulo, em parceria com Tarciana Campos, apresenta:

Communication as stimulus to citizenship: a comparative study of experiences in Brazil and in Portugal
In the city of Fortaleza, which is geographically located in the Northeast region of Brazil, the Municipal Education Secretariat and the NGO Catavento Communication and Education proposed for four public schools a new methodology to address the transversal themes of education, which consists in producing radio programs by students and educators themselves. A similar initiative happened in Portugal, with students from public schools administered by Junta de Freguesia do Lumiar, in Lisbon. They are members of the audiovisual action “Production Cabinet” created by Arts and Training Center – ATC, a project that develop cultural activities among teenagers. This article proposes a comparison between Brazilian experience and Portuguese experience to observe how producing and exchanging information, managed by community itself, can complement activities in classroom and promote citizenship.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Da Pequena Suíça: Genebra

A partir deste post, começamos a falar dos países que tivemos a oportunidade de conhecer na companhia de Noemi e Rogério, em junho. Lugares incríveis que valem ser revisitados no futuro, sem dúvida alguma.

Começamos o roteiro pela Suíça ou "pequena Suíça", como a Talita costuma dizer pra tirar uma onda com a cara da cunhada dela, que é de lá. Apesar de pequeno o país é incrível e talvez muito do seu charme esteja exatamente no fato de conservar um ar interiorano, acolhedor.

Ficamos em Genebra, uma das mais populosas e lindas cidades do País, mas dona de um dos custos de vida mais caros da Europa. O nosso real convertido em euro rende menos ainda lá (rs). Ponto pra gente que destinou apenas uma noite à cidade, sem prejuízo à visitação dos principais lugares turísticos, possíveis de serem feitos à pé, o que permite admirar ainda (mesmo que de longe) as cadeias montanhosas que rodeiam a cidade (os Alpes e o Jura).

Soma-se a isso a bela arquitetura de Genebra, seus telhados e pontes, suas ruelas e bares, seus parques (com tabuleiros de xadrez gigantes, pontos de encontro de idosos. Uma maravilha!), suas inúmeras fontes de água potável e gelada, e o seu transporte público pouco poluente (elétrico e à beira do Rio Ródano).

Na cidade há ainda o Lago de Genebra, onde se está um dos principais pontos de visitação da cidade, o Jet d'Eau (um jato de água ou fonte de água vertical), mais um daqueles monumentos fálicos (às vezes difíceis de entender) que encontramos na Europa.

Um pouco antes de se chegar ao Lago tem o Relógio de Flores (que Eugênia adorou) e um dos monumentos mais interessantes, a Catedral de São Pedro, de onde se tem uma super vista panorâmica de Genebra. Nós quatro nos divertimos que só lá, mesmo na subida da Catedral. Passeios simples, vistas sensacionais e risadas garantidas. Se Genebra fosse mais barata...

terça-feira, 6 de julho de 2010

O melhor da música brasileira em Lisboa


(1) Festival do Largo



Canção "Eu sei que vou te amar"
http://www.youtube.com/watch?v=x6ToqVt68sE

O calor chegou a Lisboa e com ele os inúmeros festivais de verão que ocorrem não só aqui como em outras cidades de Portugal. Longe dos eventos pagos, de olho cada vez mais no público teen (como acontece aí com o nosso Ceará Music), o Teatro Nacional São Carlos realiza, pelo segundo ano consecutivo, o Festival do Largo. A plausível iniciativa, da Apart, entidade que gere o São Carlos, traz para o lado de fora do teatro apresentações de música sinfônica e coral, de dança e bailado. Participam do evento, que começou no dia 26 de junho e segue até o dia 27 de julho, músicos, cantores, maestros e coreógrafos de companhias portuguesas e internacionais.

Ontem, dia 05, eu e Eugênia fomos à "Noite Brasileira" sob o comando da Camerata Vianna da Motta. A noite foi incrível, a começar pela desenvoltura do apresentador, que fez inúmeras referências ao Brasil e à qualidade musical do nosso país. Falou de Tom Jobim, Ary Barroso, Edu Lobo, Chico Buarque. Contou histórias, como a rixa entre Ary Barroso e Villa-Lobos, quando VL tirou o primeiro lugar de AB em um festival de canções e não deu à música "Aquarela do Brasil" o reconhecimento que, mais tarde, foi obtido em outros países, como os EUA.

O ritmo brasileiro entoado pela música clássica animou a plateia, em canções como "Tico Tico no Fubá" (aqui ‘do fubá’), que fez muita gente remexer nas cadeiras e chegou a ser apresentada uma segunda vez, em regime de "bis" pela Camerata, de tanto que agradou o público presente. Público, por sinal, que conhece muito da nossa produção musical, como vimos em "Eu sei que vou te amar" (veja o vídeo acima na voz de Tom Jobim), que, na falta de cantores, teve na plateia o coro inesperado, em um ambiente bastante agradável, no meio da parte Baixa de Lisboa, a dividir espaço com os bondes, prédios antigos, turistas e população local. Música brasileira das melhores de um jeito que lembra o nosso de se fazer ouvir.


(2) Roberta Sá




Roberta Sá e António Zambuja
http://www.youtube.com/watch?v=6wYTls-1-jM

Eugênia já publicou link no Facebook e postou foto no Twitpic, mas vale mais um registro, desta vez aqui no Blog, do excelente show de Roberta Sá, que vimos em Lisboa, no último dia 01, no auditório da Aula Magna. Com uma presença de palco das mais elegantes, mantendo muito da ginga e da voz, ao mesmo tempo imponente e suave, da nova geração de cantoras da Música Popular Brasileira, Roberta Sá se lançou, e muito bem, no mercado fonográfico português.

A plateia, dividida entre portugueses e brasileiros, foi literalmente ao delírio e, a cada canção, gritava palavras, como “linda” e “bravo”. Quando, já próximo do final do show e depois de duas entradas para “bis”, ela repetiu algumas vezes a palavra “obrigada”, um português, que estava do meu lado, disse: “obrigado a você, pela oportunidade”.

Destaque para as músicas cantadas em parceria com o português António Zambuja, que tivemos a oportunidade de conhecer na ocasião. Para reforçar a elegância de Roberta, na dobradinha com António, ela cantou um fado (clique no vídeo acima e veja gravação imperdível da Eugênia) e ele uma música dela. O público (e isso nos inclui) saiu do auditório emocionado.

domingo, 27 de junho de 2010

Aventuras em família

O mês de junho foi de férias mesmo, além da visita da Wania e do Daniel, minha irmã Noemi e meu cunhado Rogério também aportaram por aqui. Na verdade, a viagem deles começou em fevereiro porque desde essa época que nós fazemos reuniões via Skype para decidir o roteiro deles em Portugal e uma viagem muito especial que fizemos os quatro. Depois de vários encontros, análise de preços de hospedagens, trens, ônibus e aviões, fechamos o roteiro em Lisboa, Porto, Lisboa, Genebra (Suíça), Berlin e Colônia (Alemanha), Praga (República Tcheca) e Viena (Áustria) e Lisboa de novo.

Cada cidade dessa receberá mais atenção em outros posts, mas o que posso dizer agora é que os meninos são excelentes companheiros de viagem. Rimos muito nesses quase 20 dias. Desde a chegada deles, que nós achamos que era na quinta e foi só na sexta, a emoção foi total. Voltamos a visitar locais queridos de Lisboa (e agora o Paulo tem a marca de ter visitado o Castelo São Jorge 7 vezes, e eu 6). E descobrimos outras coisas. No Porto, onde éramos seis junto com Daniel e Wania, nunca é demais dizer que o Nilton e a Lúcia sempre param a vida deles para nos receber e apresentar a cidade.

Nos outros países, enfrentamos as línguas francês, alemão e o tcheco, as comidas diferentes, os caminhos que nos perdiam, mas cada erro dava uma gargalhada maior que a outra e o grito geral "Silas!" (de "se lascou", se deu mal). Dividimos quartos em muitos cantos, fizemos ensaios fotográficos, eu e Rogério jogamos uma partida de xadrez num tabuleiro gigante em Genebra, todos torramos no calor de Berlin, fizemos um novo amigo em Viena e visitamos a loja de chocolates de Colônia e morremos de amores por Praga. E ainda curtimos o dia e a noite lisboetas. No fim, Noemi e Rogério ainda nos ofereceram um jantar super especial.

Como disse a Noemi, no fim, o que restou foi pensar que as próximas férias deles são em outubro e a gente vai se ver já já. Assim, segura-se a saudade. Até lá, é rever as fotos das nossas aventuras pela Europa.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Desculpa lá, é meu marido

Quando a decisão de fazer o Mestrado apareceu, muita coisa na nossa vida se moveu em torno, por causa e para isso. Acabamos de terminar o ano letivo do curso. Professores, trabalhos, aulas ficam agora para trás. Hora de dissertar. Recebemos excelentes notícias nesta semana. O professor que queríamos como orientador desde o primeiro semestre aceitou aos dois como orientados. Se Deus quiser, começamos a trabalhar em julho mesmo. Além disso, a Nova de Lisboa aprovou nosso pedido em algumas modificações na dissertação, o que vai nos ajudar no reconhecimento do diploma no Brasil.

Para completar, o artigo do meu super marido no seminário de Gestão de Imagem foi publicado no blog do nosso professor. Ele passou dois meses trabalhando concentrado nele e o artigo ficou muito, muito bom. Vocês não precisam acreditar em mim. É só ir lá e conferir: http://gi-unl.blogspot.com/2010/06/um-artigo-de-paulo-junior-pinheiro.html. Paulo analisou o encontro entre humor e política em um objeto completamente lusitano, o programa televisivo Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios. Sufrágios é como chamam as eleições aqui. Vou só dizer ainda que o Paulo ficou com a nota mais alta da sala e não falo mais nada, porque vocês são capazes de me chamar de babona...

A máquina “furtada” da irmã do Daniel registrou tudo


Cervejas, vinhos e risadas, muitas risadas. Foi assim que começou o nosso mês de junho, na companhia de dois grandes amigos, Daniel e Wania. Antes de seguirem para Barcelona, os dois se hospedaram em nossa casa. E dá-lhe visitar os pontos turísticos e históricos da “capital do império” (parafraseando meu amigo português Pedro Reis).

Foi ótimo tê-los por aqui, principalmente, pela empolgação do Daniel, que lembrou muito a da minha primeira viagem para fora do País, quando eu e Eugênia rumamos para passar um reveillon em Buenos Aires. Cada risada, cada movimento, cada local, por mais simples que pudesse paracer, rendia um flash do Paparazzi Daniboy e sua máquina fotográfica, que, diga-se de passagem, ele "furtou" da irmã dele.

Na onda do Daniel, voltamos a ser "meninos", a desbravar castelos, como o dos Mouros, em Sintra (foto), o Palácio Nacional de Queluz, em Queluz, e o de São Jorge, em Lisboa. Com o fim da primavera, o vinho deu lugar para a cerveja e aquela ponta de nostalgia, da época em que desviávamos o caminho da aula, no campus da UFC, em direção ao bar das Pitomebiras deu o tom de muitos passeios, na descoberta de lugares ótimos, como o Miradouro de Santa Catarina, um dos mais frequentados pela boemia de Lisboa (de onde vemos o Tejo e a Ponte 25 de Abril), que nos foi apresentado por Lídia Maropo, outra cearense gente fina, que está a tirar o doutoramente em Portugal.

E, como de costume, seguimos para "aperriar" Nilton e Lúcia no Porto, que recebeu uma reca de gente com a gentileza de sempre. E aí a fila incluiu Daniel, Wania, eu e Eugênia, além de Noemi e Rogério, um casal que merece um post só deles e de quem falaremos depois. Já já estaremos com uma empresa de turismo, pois a cada grupo de amigos ou familiares que recebemos descobrimos um pouco mais do País. Como diz uma amiga de Brasília, "já conheço tudo por aqui" (hehe).

sexta-feira, 18 de junho de 2010

E o Nobel nos deixou

Hoje, nos alcançou enquanto visitávamos o Palácio Nacional de Queluz a notícia muito triste que o escritor José Saramago faleceu. Irreparável perda para a literatura. Ele deixa-nos 20 ou 30 páginas do que seria um novo romance e uma intensa obra disponível.

Quando chegamos em Portugal, nossa primeira viagem foi sair de Lisboa e pegar dois comboios para chegar a Penafiel, cidade do interior. O objetivo era unicamente assistir a um evento que homenageava o escritor e também contava com sua presença. Tiramos fotos com Saramago e tivemos livros autografados.

Naquele momento, enquanto me tremia, lembro de termos dito que largar tudo e vir parar em Portugal já tinha valido a pena ali. Realizando o sonho de conhecer o escritor que tanto nos embalara durante a vida. Agora, fico ainda mais agradecida de ter tido a oportunidade de conhecer em vida o escritor. Fica aqui nosso lamento. Portugal está de luto oficial por dois dias e até domingo José Saramago será velado na Câmara Municipal de Lisboa. Não iremos lá, vou guardar as imagens dele que tive em Penafiel.

E para lembrar desse encontro, os links dos dois posts sobre nosso encontro com o Nobel:
http://pjegena.blogspot.com/2009/11/nos-e-o-nobel-parte-1.html
http://pjegena.blogspot.com/2009/11/nos-e-o-nobel-parte-2.html

terça-feira, 25 de maio de 2010

Eu quero um beijo do leão marinho!

Estamos muito afastados daqui mas a razão é nobre. Temos cinco artigos para terminar até dia 01 de junho. Aliás, eu tenho cinco e estou no terceiro, o Paulo já está terminando o quarto e último dele (meu marido é assim). São três para os seminários do Mestrado. Cada cadeira aqui pede sempre um artigo científico no fim do semestre e às vezes outros trabalhos também. O prazo deles na verdade vai até 07 de junho, mas vamos receber visitas super agitadas a partir do dia 01, Wania e Daniel, e depois no dia 03 chegam Noemi e Rogério. E nós temos a consciência que não vamos estudar absolutamente nada depois que eles chegarem.

E os outros dois artigos são para o IAMCR. Um congresso que vamos participar em julho e eu já estou ansiosa por ele porque vi que autores que nós lemos e gostamos como John Downing (de Mídia Radical), a Dulcília Buitoni (Imprensa Feminina no Brasil) e Elizabeth Saad (Estratégias para a mídia digital) estarão lá. Super legal. Vamos ficar amigos de todos eles (abre espaço para dizer que fomos no lançamento do livro da Inês Pedrosa e ela é uma simpatia e se formou na mesma faculdade que nós estudamos agora. Fotos e autógrafos depois, eu já acho que sou amiga dela).

Mas para não dizer que nossa vida é só de estudo tivemos dois acontecimentos, além da Inês Pedrosa. Ontem, fomos para uma palestra de um centro de estudos e finalmente conhecemos a cearense que todo mundo já tinha nos dito que morava aqui e era gente boa demais: Lídia Maropo. Ela estava apresentado o material da tese de doutorado dela (que é fantástica). Enfim, ela realmente é gente boa e muito, muito simpática. Será mais uma cearense para dividir aventuras por aqui.

E por fim, no fim de semana passado, fomos a Setúbal onde minha amiga Maria de Jesus convidou os amigos para a casa dela só para eu ter gente para o grupo focal de um dos artigos (não vou nem comentar como ela é gentil). Pois o que eu vi lá? Uma foto da Maria de Jesus recebendo um beijo na bochecha dado por um leão marinho! vocês têm noção? Uma bitoca do leão marinho! Isso ocorreu no Zoológico de Lisboa onde tem um show com golfinhos. No fim, o leão marinho sai distribuindo beijos na galera da platéia... Claro que eu estarei lá, na primeira fila para receber esta bitoca. Minha irmã está pensando no caso de ir. Ela não está a fim do beijo em si, mas acha que a foto dele deve ficar ótima (isso é herança de uma prima nossa chamada Simone). Enfim, quando os artigo terminarem a gente volta por aqui. Provavelmente para contar das farras. E do beijo do leão marinho!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Meu nome é 153, cão 153


Não só de cultura e turismo vive o nosso blog. Há espaço também para o humor (aproveitando que eu estou a estudar esse conceito para um artigo por aqui... hehe).

Na última quarta-feira, diga-se de passagem respondendo a um convite da Talita, resolvi subir em um ônibus e atravessar com ela a Ponte 25 de Abril. Ideia bacana, até porque ainda não tinha feito o percurso que nos permite ver mais de perto o monumento a Cristo-Rei, uma versão portuguesa do Cristo Redentor. Aproveitaríamos também para conhecer o campus da Faculdade de Ciência e Tecnologia da universidade onde estamos fazendo o mestrado. Legal também.

O mais legal de tudo, no entanto, foi que deixando o campus, depois do tal "tour", e procurando a parada do ônibus fomos seguidos por um... cachorro. Isso mesmo! Não sei se muita gente sabe, mas eu não sou muito chegado em cachorro, principalmente, um desconhecido. Sabe aquele medo sem motivo? Pois é. hehe. E sabe que quem tem medo invariavelmente chama a atenção. Pois é. E foi justamente nesse "chama" que o cachorro sismou com a gente. Nos seguiu desde a saída do campus até a parada, que não era perto.

Parava quando a gente parava. Corria quando a gente andava. Olhava pra frente, meio que indicando o caminho com o focinho. Virava para trás, quando nos percebia mais lentos do que de costume. Parava em lugares que mereciam uma foto e indicava o local que devíamos admirar. Tudo, incrivelmente (pelo menos pra mim) na maior santa paz, tudo com a mais fina educação. Um guia turístico, carente pra cachorro (olha o trocadilho) e que gostou do nosso carisma. Gostou até demais.

Subiu escadas, chegou na parada. Esperou por um sinal do tipo "vocês vão me levar junto, né?", mas não aconteceu. Talita, claro, era só gargalhada. Eu, claro, super tranquilo, para não dizer o contrário. E o cão? Bem, voltou para o ponto de partida, a espera de um próximo transeunte qualquer. Mas se ele se apegou a gente, a gente se apegou a ele (inclusive eu) e até nome a gente achou por bem lhe dar: 153. O número do ônibus que atravessa a ponte. O canal para conhecermos um cão pé duro, mas cheio de classe. A foto é reveladora, né não? Tirada pela Talita.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Eusébio e Amália

Eles estão juntos há 20 anos. Tiveram 5 filhos, perderam dois, os três que sebreviveram já foram embora. Afinal, eles sabem que a gente cria os filhos para o mundo. Nomeados em homenagem ao jogador de futebol Eusébio da Silva Ferreira e à cantora de fado Amália Rodrigues, o casal de lontras Eusébio e Amália é o ponto alto e mais divertido da visita ao Oceanário de Lisboa. Talita já tinha ido lá e nos dito que eles eram o máximo, a gente só não imaginava o quanto. Essa foto ao lado é de um dos dois, foi tirada por Tiago Pinho. As outras fotos são nossas.

O Oceanário fica no Parque das Nações e tem um dos maiores aquários da Europa. Lindíssimo, cheio de arraias, tubarões e peixes esquisitos e giros. Nós sempre tivemos vontade de ir lá, mas foi a visita da Ana Alice e do Alexandre que acabou nos propocionando a ocasião. Amamos, eu não imagino famílias com crianças visitando Lisboa e não indo ali. Minha criança interior ficou louca lá dentro...rs

Sem contar que a gente ainda vê os exemplares de verdade do Nemo e da Dóli, e aqui vocês imaginam as crianças por lá... Só não gostei do Polvo, ele é muito feio... A loja do Oceanário é um espetáculo. Fiquei louca pelo urso de lontra segurando o caranguejo. E claro, vários Nemos de pelúcia. Enfim, recomendadíssimo. E quem tem a carteira internacional de jornalista não paga entrada. Quer melhor?

terça-feira, 27 de abril de 2010

Imposto de renda além mar

Depois de uma semana de estudos intensivos (afinal a vida, infelizmente, não é só receber visitas) me lembrei que o prazo para a declaração do imposto de renda no Brasil termina no dia 30 deste mês. Na verdade, a partir do dia 29 o site da Receita Federal já empanca. Logo eu, que nunca, nunca, nunca deixava passar do dia 10 de abril, fui fazer minha declaração só agora e descobri que estava com.. .nada. Nenhum dos comprovantes de rendimentos e pagamentos do ano passado estavam comigo. Zero.

Dá-lhe a ligar para os meus queridos ex-empregadores e implorar internacionalmente por ajuda. No Sesc, Santa Olga e Santo Diglas fizeram um resgate de documentos, digitalizaram e me mandaram por e-mail. Na Fac, a sempre gentil Walmara resolveu tudo e separou meus papeizinhos. Lá foi meu super pai pegar nossos documentos na faculdade, entregar à minha prima Lívia para serem digitalizados e enviados. Por sinal, ela queria um par de sapatos Louboutin pelos serviços, vejam como sairia caro se eu fosse pagar mesmo...

E quem tem despesa com instrução no exterior? Converte em dólar pela cotação do dia do pagamento do Banco Central de Portugal, depois converte em real pela cotação do mesmo dia do Banco Central do Brasil e reza para ter feito o cálculo certo. Enfim, graças a um trabalho de time (dos meus amigos e parentes no Brasil), declaração feita e enviada. E, depois de tuuuuudo isso, serei recompensada com 100 reais de restituição pela Receita Federal. Ainda bem, né?

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Visitas de abril

Nós estivemos meio distantes daqui mas o motivo foi nobre e precioso: em abril foi a vez dos pais do Paulo virem nos visitar em Portugal. E trouxeram, para grande alegria nossa, uma convidada super ilustre: a Vozinha!

Foram dias intensos e muito corridos, mas cheios de gargalhadas. Eles conheceram os principais pontos de Lisboa (e um amigo nosso disse que já poderíamos nos candidatar a trabalhar como guia...). Também foram a Madrid. Mas o principal ponto da viagem foi a ida a Fátima, onde assistimos a missa e comemoramos o aniversário do Seu Paulo, meu sogro.

Voltaram cheios de histórias e lembranças dessa terra. Vozinha surpreendeu todo mundo acompanhando o ritmo da viagem e nos superando. Ela subiu as escadas do Castelo São Jorge brincando enquanto eu ia sem nem respirar...

E para ficar provado de vez que essa brincadeira de oceano atlântico entre nós é maior besteira, para fechar o mês de abril, esperamos ainda a visita de um casal de amigos de Fortaleza que ficará dois dias em Lisboa.. Esse mar não consegue separar ninguém!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Nossos irlandeses tão latinos

Nos dias que passamos em Dublin, descobrimos um país e um povo excepcional. Durante o congresso que participamos, conhecemos um peruano chamado Ernesto muito gente boa. E lá estávamos nós disparando em espanhol no meio do salão no que Ernesto protamente chamou de "La Máfia Latina". Pois ele conseguiu definir nosso sentimento em relação aos irlandeses com perfeição: "De todos os povos que eu conheci no mundo, os mais parecidos com os latinos são os irlandeses."


Para começar, 19 horas e nós procurando um restaurante para entrar ou um bar e... todos lotados! Completamente! Em plena quinta-feira e não tinha lugar para sentar. Ô povo para gostar de farra! Me lembrou bem os dias que rodamos os bares de Fortaleza e não conseguimos entrar em nenhum. E eles começam às 19 e vão até o dia nascer. Nós ficamos num albergue perto do Temple Bar e acompanhamos todos os horário de farra. Neste quesito, eles ganham em latinidade de todos os outros países.

Também são desesperados por esporte. Desesperados mesmo. Teve um jogo de rugby entre Irlanda e Escócia lá e a cidade literalmente parou e ficou verde. Todos mundo só falava do jogo e todas as televisões ficaram nele. Infelizmente, a Irlanda perdeu. Mas aí eles beberam para afogar as mágoas.

E também adoram conversar. Eu fui comprar uma revista e quase não consigo sair da banca, o vendedor ficou puxando assunto com a gente direto. Nós nos perdemos procurando o James Joyce Center e um senhor chegou para nos ajudar. Enquanto eu e Paulo conversávamos com ele, chegou outro senhor e ficou brincando: "Não, cuidado, ele vai deixar vocês mais perdidos ainda!". Eles não se conheciam, nem a nós, foi uma conversa assim nascida no meio da rua e já estavam fazendo piada um com outro. Quase que eu pergunto se eram brasileiros... 


Sem contar que Dublin é... Dublin! Arquitetura de você morrer, aquele rio passando no meio da cidade cheio de pontes. Vimos Trinity College, Dublin Castle (vale a pena fazer a visita guiada), catedrais de St. Patrick e a Christ Church (essas cobram para entrar), o James Joyce Center, a casa do Oscar Wilde, o Green Park (separe uma tarde para ficar por lá). A National Gallery lindíssima e aberta a  público. Enfim, nós voltamos querendo ficar.

Ah, e extremamente recomendado é o albergue Abbey Court. Super bem localizado, é em frente ao rio e do lado da O'Conner Street, dá para fazer tudo a pé. A cozinha é enorme, os quartos e banheiros são limpos, têm café da manhã e as pessoas são as mais gentis que já vi em albergues. Só não vá se você se pertubar com barulho porque no fim de semana os bares perto têm...farra, né? Para vocês terem idéia, esqueci meu celular lá quando saímos no domingo.Mandei um e-mail perguntando se alguém tinha achado. No sábado seguinte meu celular chegou por correio aqui em casa com um bilhetinho lindo escrito a mão pelo pessoal do albergue. Pra quem já estava com o coração derretido pelo povo irlandês...

quarta-feira, 31 de março de 2010

São as águas de março fechando o “inverno”

Março nos deixa com a chegada da primavera e a lembrança de momentos inesquecíveis, como estes:

Visitas especiais
Aportaram por aqui duas pessoas muito queridas: os pais de Eugênia, Seu Cabral e Dona Eleni. Chegaram por aqui no dia 13 e nos deixaram, com aquela saudade que aperta da família quando se está longe, no último dia 29. Foram dias de muitas risadas e uma programação extensa. Fizemos um tour daqueles e meus sogros viveram dias de “mochileiros” por aqui, carregando nas costas o necessário para conhecer um pedaço da Europa. Sem contar os albergues (hosteis, por aqui), onde dividimos quartos, beliches e histórias. Ótimas histórias, por sinal.

Curtimos Lisboa e Fátima, passeamos pelo Porto (nas sempre agradáveis companhias de Nilton e Lúcia), estivemos em Dublin (Irlanda) e Londres; e Eugênia ainda deu uma esticada com eles para Madri, cidade que de tão próxima volta e meia recebe uma visita nossa e de quem nos presenteia com a presença. Ainda tivemos um almoço privilegiado na casa de uma famíalia "bem portuguesa com certeza" de Beatriz e José, proprietários do apartamento alugado por nós. Pessoais incríveis, assim como Pedro e Laura, que gentilmente nos emprestaram o apê deles no Porto.

No cardápio, baião de dois e cuscuz feitos por D. Eleni e os pratos (cada vez mais profissionais) de Eugênia. Seu Cabral tomou uns bons whisckys (apesar de poucos, de tão caros, principalmente na Irlanda) e deve retornar pra Fortaleza achando tudo mais barato, tenho certeza! Hehe. Para eles oferecemos o nosso amor, o nosso respeito e a nossa gratidão, além do aconchego do nosso apartamento e muito do que aprendemos nos meses em que estamos por aqui.

Aniversário da Eugênia
Março é também o mês de aniversário da Eugênia. Apesar da distância de amigos queridos, com quem curtimos anualmente a data, a comemoração por aqui contou com os companheiros brasileiros que estão dividindo conosco as aventuras “Nazeuropa” (Joubes, Talita e Fernando), com os pais dela e com muito chocolate e presentes da Disney (que o digam eu e Talita, que tivemos a mesma idéia de presente! Hehe). Ainda rolou um jantarzinho em um restaurante que adoramos em Lisboa, em um bairro chamado Rato, onde as massas são sempre acompanhadas (pelo menos por nós dois) com um bom vinho! Saúde e paz, meu amor!

Conferência na Irlanda
A ida para Dublin não foi só turística. Tivemos um trabalho aprovado por lá, em Comunicação e Gênero. A Conferência, na Universidade de Dublin, foi muito interessante por vários motivos: contatos com pesquisadores de vários países, inclusive Latinos; a conquista de uma publicação internacional no currículo e a apresentação do paper em inglês, para uma platéia “cosmopolita” e cheia de interesse no que se refere à imprensa brasileira, no caso à imprensa feminina. A repercussão foi muito boa na Universidade Nova de Lisboa, onde fazemos o mestrado (obrigado professor Rogério pela citação em seu blog!), e retornamos com a notícia de outros trabalhos aprovados, em Braga (Portugal).

E em abril
Agora contagem regressiva para a visita de meus pais, Afonso e Conceição, e de minha vozinha, Maria, que já já chegam por aqui e com os quais vamos repetir a dose de passeios, risadas e novas histórias. Ô coisa boa é família!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Uma cidade toda feita para mim

O povo do Ceará é conhecido por seu índio com chuva. Caiu água do céu? Ninguém sai de casa. Também o trânsito fica infernal, ruas alagam e a probabilidade de você não chegar aonde quer é grande. Pois bem, esse povo português não tem nada disso. Chove quatro dias seguidos e eles nem aí. Ruas cheias, todo mundo com seu guarda-chuva saracoteando de um lado para o outro. Já tínhamos visto na cidade do Porto as pessoas indo de bar em bar, farreando debaixo do maior toró (chuva muito forte).

Pois nesta segunda, em Óbidos, deixamos nossa cearensidade para trás e enfrentamos um dia de chuva torrencial para passear. E muitas outras pessoas também o fizeram pelo Festival de Chocolates de Óbidos, entre os dias 04 e 14, feira de produtos de chocolate, exposição de esculturas, de bolos, curso de culinária. Enfim, eu achei que tinha morrido e ido para o céu.


Como era dia Internacional da Mulher, entrei de graça. A cidade por si já vale a pena. Lindíssima. Toda rodeada por uma muralha, com uma vista belíssima (e olha que o estava escuro de chuva). Ver bolos lindos, pausa para chocolate quente e maria-mole, ver as esculturas super legais das 7 Maravilhas do Mundo todas em chocolate, pausa para um crepe com chocolate, ficar um tempo nos cursos, ver mais esculturas, pausa para tomar licor de ginjinha (em homenagem aos meus amigos da AD2M que fizeram toda a propaganda), comer um quiche e uma torta de musse de chocolate. Tudo debaixo de muita água.

Foi o melhor dia das mulheres que já aproveitei. E quem me conhece pode imaginar a minha felicidade passeando num mundo de chocolate.

Mesmo para quem visite Portugal em outra época, vale a pena conhecer Óbidos. Fica a uma hora de Lisboa, você pega um autocarro da Rodotejo que sai de Campo Grande, ao lado da estação de metro. As passagens de ida e volta custam exatamente 13 euros e 30 centimos. As fotos deste post são da cidade decorada para o Festival. E das esculturas de chocolate, sim, essas pessoas ao lado são na verdade de chocolate, incluindo o cavalo. Eu também já ouvi falar muito bem dos vinhos e da culinária de lá, mas, infelizmente, não provei nada salgado, sabe como é, eu, chocolates... Lá, tem-se que provar o licor de Ginja em copinhos de chocolate. É um licor de cereja feito na região, muito típico e muito bom. E depois, você come o copinho...

segunda-feira, 1 de março de 2010

Mundo grande, grande

Eu adoro escrever cartas e tenho escrito algumas desde que chegamos em Lisboa. Inicialmente, elas demoravam de 10 a 12 dias para chegar aos destinatários. Desde que 2010 começou, o negócio desandou total. Uma carta enviada para a minha amiga Camille no dia 11 de janeiro foi chegar quase ao meio de fevereiro (semanas depois do aniversário dela). Uma encomenda que o Paulo enviou para o sobrinho no início de fevereiro ainda está em algum lugar do mundo.

Será que as cartas Portugal-Brasil estão sendo mandadas de novo por navio?! Isso me fez sentir como se eu tivesse ido para mais longe de casa ainda.

E o pior é que eu não tenho idéia se o atraso acontece para minhas notícias sairem de Portugal ou serem distribuidas no Brasil. Entre um e outro, o negócio tem sido trocar muitos e-mails (que eu acho muito menos bonitos que meus papéis de carta) e usar msn, Gtalk e Skype para trocar notícias com família e amigos.

Mundo pequeno, pequeno

Nós constumamos dizer que Fortaleza é uma aldeia. Todo mundo se conhece e se encontra sempre naquela cidade. Ultimamente, eu tenho achado que é melhor ampliar esse conceito.Aqui em Lisboa, eu e o Paulo fomos reencontrar um amigo que tinha trabalhado comigo na AD2M uns três anos atrás. Ele também mora em Portugal. Mundo pequeno.

Para completar, lá vou eu para a primeira aula de Pragmática com o professor Adriano Duarte Rodrigues. Quando me apresentei ele disse: "ah, você não é de São Paulo". Eu disse que era do Ceará. "Ah, formada na UFC?". Eu choquei. Ele não só sabia o nome como a sigla da universidade do meu Estado! Pois já deu aula lá na Comunicação da UFC! "Eu conheci o professor Souto Paulino, a esposa dele escreve em um jornal, a Leda". Leda Maria, do Diário do Nordeste. "Sim, e o diretor do Povo ainda é o Arlen?".

Meu queixo no chão. Ele também sabia os nomes dos dois principais jornais da cidade, conhecia o Arlen Medina, diretor de um deles na época. Também deu aula na Uece e conhecia o vice-reitor da Unifor, outras duas universidades de Fortaleza. A essa altura eu já estava convencida que ele conhecia mais cearenses que eu. Quando me perguntou com quem eu tive aula de Semiótica disse o nome do professor e avisei: "esse o senhor não deve conhecer porque ele é mais novo na UFC". Ele não conhecia o Wellington Júnior. Mas, para compensar, conhece e tem várias histórias da professora Lúcia Santaella, da PUC. Esse mundo é realmente uma aldeia.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Em Portugal tem carnaval? Tem sim senhor!


Apesar do frio, que teimou em prejudicar algumas folias, foi muito interessante ver a adaptação para a realidade local de alguns aspectos da festa mais popular do Brasil. Tem desfile de escolas de samba, passistas com pouca roupa (acreditem!), carros alegóricos e muita, muita gente na rua, acompanhada de casaco, cachecol e guarda-chuva. Pelo visto, para se divertir, assim como no Brasil, não há impedimento que chegue.

Por outro lado, há também a criação de tradições locais, como o desfile de palhaços de Sesimbra, uma região próxima de Setúbal e Palmela, na costa oeste sul de Portugal. Lá, o trio elétrico (com marchinha brasileira) arrasta foliões vestidos de palhaços. Famílias inteiras totalmente produzidas, com fantasias das mais divertidas e diferentes. E tem folião de todo tipo, da criança ao adulto, do senhor e da senhora aos netos e filhos, em um clima saudável e colorido, como o bom carnaval deve ter.

Essa folia foi acompanhada de perto por nós, na segunda-feira de carnaval, quando nos aproveitamos do convite feito por Maria de Jesus e Pedro, dois queridos colegas de mestrado, que nos levaram para conhecer a região onde Pedro nasceu e os dois vivem hoje: Setúbal. Como se não bastasse, ainda esticamos para Palmela, onde Pedro e Maria, sempre gentilíssimos, nos fizeram conhecer (no conjunto da obra) castelos, miradouros e praias. Ainda tivemos a chance de provar o “choco frito”, um marisco empanado, típico de Setúbal. O que no Brasil chamaríamos de “tira gosto”, ou seja, um ótimo acompanhamento para aquela cervejinha gelada. Obrigado Pedro e Maria! Esperamos retribuir a gentileza no Brasil!

P.S.: Vale lembrar que Eu, Eugênia, Fernando e Talita quase não chegamos a Setúbal, pois pegamos o trem errado. Pra variar, claro (risos)!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Uma ótima pedida


Os produtores e comerciantes de vinhos portugueses tiveram uma idéia bastante criativa para divulgar os seus vinhos: oferecer, semanalmente, a degustação gratuita de sua produção. E assim nasceu, em 1997, a ViniPortugal, um lugar bastante agradável de Lisboa (localizado no arredores do Terreiro do Paço) que tivemos a oportunidade de conhecer no último sábado.

A dica veio de uma amiga nossa de Mestrado, Henedia, que entende tudo de vinho e, como se não bastasse a indicação, ainda estava lá para nos recepcionar, na companhia de outro amigo, também do Mestrado e que sabe tudo da história de Portugal, Pedro.

E dá-lhe provar vinhos: era um branco aqui, outro rosé acolá, um tinto mais forte outro mais fraco, um tipo para acompanhar um peixe, outro que por si só bastaria. E tudo sem custos. Claro que as garrafas ficam à venda para quem se interessar, assim como os azeites (cujas degustações acontecem em outras datas), numa promissora estratégia de marketing junto aos portugueses e turistas.

Uma ótima pedida, que antecedeu um almoço no Parque das Nações, com os colegas e o neto de Henedina, Francisco, com quem discuti quem será a melhor seleção de futebol do Mundial. Ele defendendo Portugal e eu a seleção verde amarela. Intercâmbio dos melhores, em um dia que começou nublado e terminou com um sol bonito de se ver.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Comendo para matar a saudade

Lembrar é uma coisa que envolve vários sentidos. Como você lembra de uma gargalhada enchendo o ar quando pensa em algumas pessoas, ou de um certo cheiro quando recorda um lugar. Quando minha irmã se mudou para outra cidade, eu fui a primeira pessoa a visitar e levava comigo uma preciosa encomenda: baião de dois. A aeromoça que me ajudou a guardar a bagagem levou um susto: ui, tá quente! Assim que entrou em casa, minha irmã se serviu do prato e comentou: se eu fechar os olhos, é a mesma coisa que estar na cozinha lá de casa. Para nossos amigos portugueses, baião de dois é uma comida de feijão e arroz cozinhados juntos típica do nosso Estado, o Ceará. Com carne de sol, então, é nosso prato oficial.

Nesta semana, resolvi matar a saudade de forma gastronômica. Nós tinhamos feito um bacalhau que ficou suuuuper salgado e a querida tia Sônia, mãe da Talita, me enviou uma receita de bolinho de bacalhau para salvar a pátria, e o peixe. Eu pedi a minha mãe a receita do baião de dois. O curso de culinária que fiz um dia me ensinou que o negócio é estudar uma receita e encará-la de frente. Também peguei a receita do creme de galinha, absolutamente a cara dos jantares na casa dos meus pais, mas esse eu ainda não me senti poderosa para fazer.

Como vocês podem ver, o negócio até que deu certo. Recebemos nossos companheiros de aventura, risadas e desesperos além-mar, Talita e Fernando, que já estão acostumados a serem minhas cobaias. Afinal, comida nova deve ser estreada em família.

Cozinha pequena, nós apertados, guanará e coca-cola, bolinhos de bacalhau, baião de dois, e muitas, muitas gargalhadas enchendo o ar. Nem precisava fechar os olhos, era só se sentir em casa.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O nosso pré-carnaval por aqui

Enquanto eu lia um livro no quarto, Eugênia produzia um paper. Enquanto ela dava continuidade às leituras dela, eu terminava um artigo que pretendemos enviar para um congresso. E assim tem sido nosso mês de janeiro: dividido entre os trabalhos finais do primeiro semestre do Mestrado e a produção de outros trabalhos para encontros de comunicação e gestão que temos interesse em participar.

Nos intervalos, boas taças de vinho e papos saborosos entre nós, na sala (falando baixo, para a vizinha de cima não reclamar) ou na cozinha, até altas horas e enquanto as últimas energias do dia não forem tomadas pelo sono ou pelos compromissos do dia seguinte que se anunciam. Uma intimidade das melhores, que estamos curtindo aos montes depois de quase três anos de casados, apesar da saudade dos amigos e familiares.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Jantar com amigos

Dias seguidos de chuva deprimem. Lição aprendida depois de muita água caindo sobre Lisboa. O resultado é que nós cearenses, como bons índios que somos, não botamos o pé na calçada. Tirando ir para faculdade e colocar o lixo para fora, eu só saí de casa em duas ocasiões nos últimos 15 dias. A primeira foi no domingo, dia 10, quando fomos assistir a Avatar 3D (fomos debaixo de chuva, por sinal).

A outra ocasião foi neste sábado para comprar coisas para um jantar muito especial. Nós recebemos na nossa casa portuguesa com certeza nossos amigos brasileiros: Talita, Fernando e Joubert. Devidamente inspirada, eu resolvi fazer bife a parmegiana (seria filé se eu tivesse filet mignon). Conferi a receita na minha apostila do curso de culinária do Senac e lá fui ao mercado. O dia estava só nublado, que alegria.

Cozinhar em terras estrangeiras tem um sério problema: os ingredientes. Eles não existem, têm outros nomes ou outros sabores. Como por exemplo a farinha de rosca. Eu chamei uma atendente e descrevi a receita para saber se ela tinha a farinha. Nada. Liguei pro Paulo: "Amor, acha aí na internet como se diz farinha de rosca em Portugal". Meu marido ágil logo me liga: é farinha de tosta torrada, ou de pão torrado. Fui perguntar de novo, outra atendente me disse que não existia essa farinha aqui. Já desesperada, fui na parte de congelados, peguei um frango empanado e levei até ela: "Minha senhora, como eu faço essa camada aqui?". Aí ela entendeu... Era porque ela não chamava de farinha, chamava só de tosta torrada.

O outro problema foi fazer mousse. Não ficou cremoso, ficou um suco! Eu acho que o leite condensado daqui e o creme de leite (que eles chamam de nata cremosa) são de texturas diferentes então as medidas devem ser outras. Mas o jantar foi um sucesso assim mesmo, afinal, amigos reunidos em casa sempre formam um momento muito feliz. Saudade de receber pessoas queridas na Casa Verde...

Na verdade, a conversa estava tão boa que nossa vizinha gentilmente começou a bater coisas para nos informar que estávamos falando mais alto do que costume. Nós percebemos que já era quase 1 hora da manhã e estávamos às gargalhadas. Como moramos em casa no Ceará não tínhamos a menos experiência em controlar barulhos pela noite. Mais uma lição: a partir de agora, convidados só para almoços.

E a boa notícia é que ontem o sol voltou a nos ver. Hoje ele também deu um alô, mas choveu depois.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

¿Que buscan?


Antes da visita ao Brasil, para o Natal, passamos alguns dias em Madri (Eu, Eugênia, Fernando e Talita) e, ainda por lá, Eu e Eugênia esticamos para Toledo, que fica a 30 minutos da capital Espanhola. Depois, já em janeiro, com o meu irmão, Maikon, voltei para Madri, dias depois de Fernando e Talita terem chegado de Barcelona, onde foram curtir o Natal, na companhia de Nilton e Lúcia.

Foram dias ótimos, nas duas viagens. Madri é agitada, elétrica. Muita gente indo e vindo, em um metrô com 11 linhas (Em Lisboa, para se ter uma idéia, temos quatro). Nas ruas, gente, muita gente, que, em tempos de frio, como o período que fomos, se dividem e se esbarram diante dos inúmeros guarda-chuvas, em meio à chuva ou à neve.

É também uma cidade linda. Avenidas largas, prédio altos, de arquitetura clássica, e diversos restaurantes e cafés, para se comer uma paella, tomar um cafezinho ou chocolate quente com churros. Também, por contenção de custos, vivemos a experiência do albergue. Quarto dividido entre nós e banheiro coletivo, para nós e outros hóspedes. Deu tudo certo. E o desafio do idioma para perguntar, pedir, comprar.

De Madri eu e Eugênia pegamos um trem para Toledo. Uma cidade de centro histórico dos mais bonitos que já vi na vida. Arquitetura medieval. Igrejas e mesquitas convivendo juntas. Rio Tajo que depois vira Tejo e aquela alegria de entender onde as coisas começam e para onde vão. Experiência de vida.

Vi neve cair do céu, chuva a impedir que o guarda-chuva permaneça aberto e dividi isso com pessoas que amo, como minha esposa e meu irmão. Uma cena inesquecível disso tudo foi o dia em que eu e Eugênia caminhávamos pelo Parque do Retiro (foto), uma área verde maravilhosa, de onde vemos o Castelo de Velásquez e outro de Cristal, em Madri, e um senhor, percebendo que estávamos perdidos, parou e disse: “ok, ok, ¿que buscan?”. Acho que ele já nos observava a procurar um dos tais castelos a um certo tempo. É bem verdade que estávamos sem mapa. E, na falta dele, a gente sempre encontra pessoas solicitas, por onde vamos. Que bom!

domingo, 10 de janeiro de 2010

E Maikon passou por aqui

Nos últimos 12 dias contei com a companhia mais que agradável do meu irmão mais novo, Maikon, que veio nos visitar em Lisboa. Na verdade, o mês de dezembro foi bem intenso para mim e Eugênia. Fomos para Madri; para Toledo; depois ao Brasil, para o Natal (num presente inesquecível que nos foi dado por nossos pais); e, em seguida, meu irmão veio para Lisboa. Passamos o reveillon no Porto, depois fui novamente em Madri (com ele) e, agora, ele retorna para Fortaleza, para o aconchego familiar.

Maikon é um cara de sorriso aberto e conserva o comportamento “esponja”, assimilando todo tipo de nova informação que uma viagem ao exterior possibilita. Um aspecto comum aos inteligentes. Nos dias em que esteve por aqui experimentei coisas novas, como assistir a uma partida no Estádio da Luz e, já em Madri, fazer o tour pelo estádio do Real Madri. O esporte nunca foi o meu forte, mas, por ele, valeu à pena.

E a essas experiências somo muitas outras, igualmente inesquecíveis, como o exercício da língua espanhola e da língua inglesa, nos dias em que estivemos na Espanha; o frio intenso (com neve e tudo) que enfrentamos; o cardápio a la "prego no prato" (carne com ovo e batatas fritas) e bacalhau; as visitas aos museus; e a ida ao Bairro Alto (com a sua sangria como uma das bebidas típicas).

Também conversamos, discutimos e rimos muito. Falamos dos nossos pais e do nosso irmão mais velho, Clinton. Do amor por todos eles. Do nosso futuro com eles. E com tantos outros, como Igor, Eliene, Eugênia, Vozinha... Planejamos, vivemos e crescemos um pouco mais nas últimas semanas. Muito bom! Obrigado pela presença, meu irmão! E que venham as próximas visitas.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Porque futebol é sempre futebol...


Como já dito, o irmão do Paulo, Maikon, está em terras lusitanas. Juntando a esse fato a prova de CMEO que temos no sábado este blog ficou meio abandonado. Mas eu dei uma parada para escrever sobre a nossa primeira experiência futebolística em Portugal. Depois vou ler "The Fall and Rise of Strategic Planning".

Desde que cheguei me debato com o problema de não ter time (aqui chamam equipa) para torcer. Aqui tem três grandes times: Porto, Benfica e Sporting. Pelos jogos a que assisti na televisão eu até torceria Porto, mas como moro em Lisboa não achei correto. Devo escolher entre Benfica e Sporting. Mas não sei como. Já pedi opinião a vários amigos portugueses. É assunto polêmico. Os times são enormes rivais, para os cearenses, é assim algo como os times Ceará x Fortaleza, ou eu diria o maior exemplo de rivalidade de torcidas brasileiras: Mancha Verde x Gaviões da Fiel. Entenderam o clima? Deixei para tomar a decisão quando assistisse a um jogo entre os dois.

O Maikon queria conhecer o Estádio da Luz, descobrimos que a visita custava 10 euros mas haveria um jogo do Benfica no domingo cuja entrada custava 15. Ele amou a idéia de assistir ao jogo e lá fomos nós, eu, Paulo, Fernando e Maikon assistir ao nosso primeiro jogo de estádio em Lisboa. Para quem já foi ao PV e ao Castelão como eu, pode-se dizer que há um choque cultural sério.

Benfica contra Nacional (um time da Ilha da Madeira) pela Taça da Liga, o que seria nossa Copa do Brasil. O Estádio da Luz é lindo! Lindo! Não venderam ingressos para arquibancada e nós ficamos nas cadeiras que são numeradas e a gente fica perto do campo o bastante para ver o rosto dos jogadores. Com 15 minutos de jogo o Fernando perguntou: "O time que vai jogar contra o Benfica chega quando?". Pois é, o Benfica chegou a ter 72% de posse de bola no primeiro tempo. Tirando o goleiro (aqui guarda-redes) que sempre saiu muito bem, os outros jogadores do Nacional não estavam muito empolgados pra jogar. Ao que o Maikon gritava: "Tá cansado? Então pede para sair ora!". É, a gente se empolgou.

A cultura do torcedor é realmente universal. Os mesmos 'juiz filha da puta" que eu escuto no meu Castelão ecoaram na Luz. E o Paulo ainda foi treinado pelo irmão com várias expressões a serem ditas. Mas descobri uns comentários legais. Um homem indignado gritou: "És um palhaço, pá!" (eu achei tão educadinho). E um outro, estressadíssimo, disse pro juiz: "quando tu chegas em casa tua mulher te dá nos couros!". Realmente, o juiz  não estava muito querido. O jogo em si estava meio parado. Aí o Nuno Gomes entrou, e no segundo minuto em campo, como bom jogador que tem moral no time, deu um passe ao Saviolla e este fez o único gol da partida. Eita, eu gostei desse cabra!

Muitas crianças e mulheres assistindo. Os torcedores usavam cachecóis do time igual aos alunos de Hogwarts (desculpe, Harry Potter é minha única referência de torcedores estrangeiros). Só houve uma confusão no meio da torcida (pelo menos perto da gente) e chegaram uns 10 policiais na hora. Era uma briga por lugares. Fora isso: super tranquilo. Eu circulei pelos corredores por todo o intervalo e não escutei nenhuma grosseria. E um homem pediu uma mulher em casamento (o Paulo acha que na verdade ela ficou com ódio dele, mas aceitou já que estavam mostrando na tela). Adorei a saída.

Agora me falta assistir a um jogo do Sporting para tomar minha decisão. Vou esperar um no Alvalade para ficar conhecendo os dois principais estádios de Lisboa. Enquanto isso, o Ceará se prepara para a primeira divisão e o São Paulo goleia na Copa São Paulo. Eu tô bem de time. Opa, de equipa!