terça-feira, 27 de abril de 2010

Imposto de renda além mar

Depois de uma semana de estudos intensivos (afinal a vida, infelizmente, não é só receber visitas) me lembrei que o prazo para a declaração do imposto de renda no Brasil termina no dia 30 deste mês. Na verdade, a partir do dia 29 o site da Receita Federal já empanca. Logo eu, que nunca, nunca, nunca deixava passar do dia 10 de abril, fui fazer minha declaração só agora e descobri que estava com.. .nada. Nenhum dos comprovantes de rendimentos e pagamentos do ano passado estavam comigo. Zero.

Dá-lhe a ligar para os meus queridos ex-empregadores e implorar internacionalmente por ajuda. No Sesc, Santa Olga e Santo Diglas fizeram um resgate de documentos, digitalizaram e me mandaram por e-mail. Na Fac, a sempre gentil Walmara resolveu tudo e separou meus papeizinhos. Lá foi meu super pai pegar nossos documentos na faculdade, entregar à minha prima Lívia para serem digitalizados e enviados. Por sinal, ela queria um par de sapatos Louboutin pelos serviços, vejam como sairia caro se eu fosse pagar mesmo...

E quem tem despesa com instrução no exterior? Converte em dólar pela cotação do dia do pagamento do Banco Central de Portugal, depois converte em real pela cotação do mesmo dia do Banco Central do Brasil e reza para ter feito o cálculo certo. Enfim, graças a um trabalho de time (dos meus amigos e parentes no Brasil), declaração feita e enviada. E, depois de tuuuuudo isso, serei recompensada com 100 reais de restituição pela Receita Federal. Ainda bem, né?

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Visitas de abril

Nós estivemos meio distantes daqui mas o motivo foi nobre e precioso: em abril foi a vez dos pais do Paulo virem nos visitar em Portugal. E trouxeram, para grande alegria nossa, uma convidada super ilustre: a Vozinha!

Foram dias intensos e muito corridos, mas cheios de gargalhadas. Eles conheceram os principais pontos de Lisboa (e um amigo nosso disse que já poderíamos nos candidatar a trabalhar como guia...). Também foram a Madrid. Mas o principal ponto da viagem foi a ida a Fátima, onde assistimos a missa e comemoramos o aniversário do Seu Paulo, meu sogro.

Voltaram cheios de histórias e lembranças dessa terra. Vozinha surpreendeu todo mundo acompanhando o ritmo da viagem e nos superando. Ela subiu as escadas do Castelo São Jorge brincando enquanto eu ia sem nem respirar...

E para ficar provado de vez que essa brincadeira de oceano atlântico entre nós é maior besteira, para fechar o mês de abril, esperamos ainda a visita de um casal de amigos de Fortaleza que ficará dois dias em Lisboa.. Esse mar não consegue separar ninguém!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Nossos irlandeses tão latinos

Nos dias que passamos em Dublin, descobrimos um país e um povo excepcional. Durante o congresso que participamos, conhecemos um peruano chamado Ernesto muito gente boa. E lá estávamos nós disparando em espanhol no meio do salão no que Ernesto protamente chamou de "La Máfia Latina". Pois ele conseguiu definir nosso sentimento em relação aos irlandeses com perfeição: "De todos os povos que eu conheci no mundo, os mais parecidos com os latinos são os irlandeses."


Para começar, 19 horas e nós procurando um restaurante para entrar ou um bar e... todos lotados! Completamente! Em plena quinta-feira e não tinha lugar para sentar. Ô povo para gostar de farra! Me lembrou bem os dias que rodamos os bares de Fortaleza e não conseguimos entrar em nenhum. E eles começam às 19 e vão até o dia nascer. Nós ficamos num albergue perto do Temple Bar e acompanhamos todos os horário de farra. Neste quesito, eles ganham em latinidade de todos os outros países.

Também são desesperados por esporte. Desesperados mesmo. Teve um jogo de rugby entre Irlanda e Escócia lá e a cidade literalmente parou e ficou verde. Todos mundo só falava do jogo e todas as televisões ficaram nele. Infelizmente, a Irlanda perdeu. Mas aí eles beberam para afogar as mágoas.

E também adoram conversar. Eu fui comprar uma revista e quase não consigo sair da banca, o vendedor ficou puxando assunto com a gente direto. Nós nos perdemos procurando o James Joyce Center e um senhor chegou para nos ajudar. Enquanto eu e Paulo conversávamos com ele, chegou outro senhor e ficou brincando: "Não, cuidado, ele vai deixar vocês mais perdidos ainda!". Eles não se conheciam, nem a nós, foi uma conversa assim nascida no meio da rua e já estavam fazendo piada um com outro. Quase que eu pergunto se eram brasileiros... 


Sem contar que Dublin é... Dublin! Arquitetura de você morrer, aquele rio passando no meio da cidade cheio de pontes. Vimos Trinity College, Dublin Castle (vale a pena fazer a visita guiada), catedrais de St. Patrick e a Christ Church (essas cobram para entrar), o James Joyce Center, a casa do Oscar Wilde, o Green Park (separe uma tarde para ficar por lá). A National Gallery lindíssima e aberta a  público. Enfim, nós voltamos querendo ficar.

Ah, e extremamente recomendado é o albergue Abbey Court. Super bem localizado, é em frente ao rio e do lado da O'Conner Street, dá para fazer tudo a pé. A cozinha é enorme, os quartos e banheiros são limpos, têm café da manhã e as pessoas são as mais gentis que já vi em albergues. Só não vá se você se pertubar com barulho porque no fim de semana os bares perto têm...farra, né? Para vocês terem idéia, esqueci meu celular lá quando saímos no domingo.Mandei um e-mail perguntando se alguém tinha achado. No sábado seguinte meu celular chegou por correio aqui em casa com um bilhetinho lindo escrito a mão pelo pessoal do albergue. Pra quem já estava com o coração derretido pelo povo irlandês...