sexta-feira, 30 de julho de 2010

Bibliotecas e gestão

Hoje, passeio pela Biblioteca da faculdade em busca de livros para a dissertação. Durante o ano que passei acessando o catálogo da Biblioteca Mário Sottomayor Cardia aprendi muitos dados práticos de utilização. Por exemplo, se ao pesquisar no catálogo online, encontrar um livro com a designação BOLSA ao lado, não vá atrás dele. A Biblioteca tem um programa através do qual ela compra livros para alunos com bolsa de pesquisa, indexa e entrega ao estudante. A ideia é ótima: ajuda os alunos a conseguir acesso às obras e enriquece o catálogo da biblioteca. Mas na prática, significa que a obra só estará realmente disponível quando ele terminar o curso e devolver.

Livro com bolinha vermelha na lombada é cativo e só pode ser consultado presencialmente. Existe ainda o empréstimo inter-bibliotecas. Se achar algo que lhe interessa em outra biblioteca do país, anote os dados (inclusive a cota) e a da Nova pede para você. Demora cerca de uma semana. Por fim, se quiser um livro que tenha a designação BSC, isso significa que ele é do catálogo Sottomayor e você precisa fazer um pedido e no dia seguinte lhe entregam.

E agora chego na minha descoberta de hoje. O professor Sottomayor foi alguém que fez uma doação à biblioteca da Nova de um acervo de mais de 60 mil livros,. Essa quantidade é maior que o acervo atual, que hoje tem uns 55 mil livros, por isso ela ganhou o nome dele. Mas... De todo o acervo doado, só cerca de 5 mil já foram catalogados e estão disponíveis. Como assim? Pois é, a biblioteca teve três funcionários aposentados no ano passado e até hoje não repuseram pessoal. São só nove funcionários para dar conta de tudo. Incluindo monografias, dissetações e teses de alunos.

Eles não têm como atualizar o catálogo e gerir ao mesmo tempo. Por mais boa vontade que a equipe tenha, também não possue computadores com capacidade para que o trabalho ocorra rapidamente. Quando eu digo que a Nova de Lisboa tem umas coisas parecidas com minha Federal do Ceará é por coisas desse tipo. A gerência do órgão público por vezes não consegue focar no que realmente conta para seus públicos. No caso dos alunos, quer coisa mais importante que livros? É uma questão de estratégia, e não só porque eu só leio sobre isso agora. E se alguém for checar o acervo da UFC, verá uma situação bem parecida.

Agora, todas as vezes que pesquiso algo e não acho, me pergunto se não estaria entre aqueles 55 mil livros guardados o que eu tanto queria.

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