quinta-feira, 26 de março de 2015

Os blogs mudaram e há novas dicas por aí

Reacendida a chama da paixão deste blog, voltei a ler sobre o assunto. Este nasceu em 2007 e, de lá para cá, mudou muito. E o que mudou no mundo dos blogs? Li muitos textos como "20 dicas para divulgar blog" ou "39 blogging tips". Aqui faço uma compilação das dicas que mais vi e nossas experiências.

Muita atenção: achar interessante não significa que fazemos. Em sua maioria, nós ainda não fazemos...

01. Conteúdo que viaja só

Quando os blogs surgiram, a gente costumava olhar nossos preferidos TODO DIA. Hoje, parece que ninguém anda mais nessa. Assim, cada post é construído como um conteúdo que possa viajar sozinho. Ele será transmitido e trará as pessoas até você. Com sorte, elas passearão nos outros posts.

No Redário: Sempre fizemos posts independentes. Recém-instalamos a barra de compartilhamento que permite enviar o texto por e-mail, usar em outro espaço do Blogger, enviar para Twitter, Facebook, Pintrest ou Google + e também temos um botão de busca interna. Pessoalmente, eu costumo usar mais os marcadores que busca quando estou em outros blogs. Sobre esta dica, me reservo direito de ter dúvidas sobre a eficiência desses botões para a audiência.



02. Interatividade

Lembra de uma moda de quando surgiram os blogs? A interatividade? Continua mode on. O charme da blogosfera ainda é que seus leitores dizem o que pensam e você responde. 100 de 100 textos sobre o assunto afirmam: responda. Este texto tem algumas ideias bem legais para usar interatividade para divulgar seu blog como participar de outros blogs e convidar blogueiros para participar dos seus.

E, na continuação do ponto 01, use as redes socais para divulgar postagens. Aqui tem um gráfico legal do melhor horário para usá-las. Não precisa estar em todas as redes sociais, mas atue em todas que possuir.  Faça mais, informe às pessoas e empresas que elas foram citadas em seus textos.

No Redário: Temos divulgado o blog no Pintrest, Twitter, LinkedIn e Facebook. Facebook é disparado o campeão de audiências com LinkedIn em segundo. Quando divulguei o post sobre Turma da Mônica no Twitter, notifiquei o Sidney Gusman da MSP, que retuitou o link. Foram instantâneas 20 visitas no post. E é o nosso campeão de audiência até agora. O Pintrest em tempo algum jamais trouxe qualquer ser para cá, mas fica lindo.



03. Bom conteúdo

Essa dica é mais uma interpretação resumida de tudo que li. Um texto sobre blog de contabilidade (inglês), sugeria posts fixos com conteúdo que as pessoas possam procurar a qualquer hora, como tabelas ou informações de conceitos. Também li sobre "faça posts que interessam às pessoas" e não só sobre sua vida particular. Há várias dicas de assuntos.  Nesta lista (inglês), um dos profissionais sugere: comece escrevendo para você e siga com o que lhe der paixão, as pessoas notarão isso.

No Redário: Temos um post sobre exame de sexagem fetal em Fortaleza que tem muita visualização. Ele é campeão em trazer leitores pelo Google, creio que pelas informações de "utilidade pública". De resto, escrevemos única e exclusivamente sobre nossas paixões. Espero que esteja sendo um bom conteúdo.


04. Tecnologia

A) Imagens! 100 de cada 100 textos de dicas também dizem: use imagens. Use também vídeos, áudios e links (não retire os leitores do seu blog ao clicar neles, marque para "abrir em outra janela").
B) Plataforma adequada. Tem Blogger, Wordpress, Tumblr... O que mais se encaixa em seu propósito? Escolha um template funcional e com algum apelo visual, há templates disponíveis de graça.
C) Aproveite o que a tecnologia lhe oferece para lhe ajudar a escrever textos, editar imagens e gerenciar o blog, tenha ferramentas. Há apps para Android e para IOS.
D) Analisar a métrica. O Blogger nos diz que postagens são mais acessadas, de onde as pessoas vieram e até que plataforma usaram para acessar. Mas há inúmeras ferramentas que podem falar sobre acesso em tempo real.

No Redário: Estamos avaliando se ficamos no Blogger ou mudamos para Wordpress. Penso eu que este segundo tem uma cara mais "profissional" mas o Blogger estar ligado aos e-mails facilita muito. Dessa decisão depende a necessária mudança de template. Eu particularmente abuso do direito de usar prints de tela como imagem. Não temos nenhuma ferramenta mas (estrelinha para nós!) temos acompanhado e discutido as estatísticas.

05. Tempo

Sim, para escrever textos interessantes há que se ter tempo. Escolher imagens, vídeos e links, também. Pesquisar e escolher as melhores ferramentas? Tudo isso demanda tempo. E havemos de concordar, ninguém tem sobrando.Ter audiência significa se comprometer e dedicar tempo ao seu veículo.

No Redário: Nós estamos tentando encontrar o melhor jeito de nos dedicarmos. Como somos dois, o Redário tem atualizações semanais e revezadas. Nos comprometemos a um dia da semana e tem dado certo.  Lado ruim é que só trabalhamos a divulgação no dia da postagem. A decisão de ficar no Blogger ou mudar está sendo protelada. Na verdade, estamos precisando de uma boa e velha reunião de pauta.

E, só para deixar registrado, eu ignoro completamente as dicas que insistem em posts curtos, notaram?

Bom, estas foram as que mais me chamaram atenção e também algumas metas que tiramos para o Redário. Você tem dicas? Daquelas para quem não tem muito tempo? Estou louca por uma dessas, favor nos contar tudo!

sexta-feira, 20 de março de 2015

O Contador de Histórias também tem seu Dia

Hoje, 20 de março, é o Dia do Contador de Histórias. Nós, seres humanos, rotineiramente, dividimos com pessoas próximas causos e experiências de vida que se relacionam diretamente com aquilo que guardamos na caixola. É na experiência compartilhada que a memória se fortalece. Quando fazemos comentários do tipo: "lembra-se daquela viagem..." e recebemos de algum amigo ou ente querido um sonoro: "Claro que lembro!” atribuímos à memória ares de socialização.

Volta em meia, conto em sala de aula que minha avó faz o esforço de encontrar os amigos ainda vivos, mesmo que em um velório ou sepultamento, não só para velar o corpo daquele que se vai, como também para reviver momentos de um passado longínquo e extremamente saboroso com aqueles que ainda estão vivos. É habitual escutar dela, depois que volta desses encontros, comentários sobre as idades dos amigos, a ordem dos próximos a serem sepultados e os "fura-filas" que, mesmo mais jovens, foram "chamados" a partir antes. Pode parecer que vozinha seja apenas uma "figura", mas faz muito sentido todo o esforço dela de recontar histórias para se manter viva, mesmo em ambientes em que a morte torna-se tão presente. A memória só faz sentido, diz ela, se compartilhada. Assim, traz-se o testemunho e a comprovação, a la São Tomé, de que os fatos relatados aconteceram mesmo.

Um aspecto interessante da contação de histórias é que ela torna imperativa a oralidade. Ou seja, antes mesmo da escrita e de toda a aura em torno do registro, a fala - como uma evolução do processo não verbal de comunicação - é tida como o instrumento que nos diferencia dos demais seres. Concatenar ideias e traduzi-las em um código que, apesar de dinâmico, pode ser compartilhado é algo realmente significativo.

Hoje, contar histórias pressupõe a imaginação mediada pela escrita. É amparado no livro e no que nos diz o autor das tais palavras, que a gente faz caras e bocas, entoa frases, traveste-se de diferentes personagens e deixa a imaginação, mesmo que não completamente livre, seguir o rumo que a liberdade nos apontar. Há quem diga que a gente perde memória com o registro escrito. De fato, mesmo dirimindo-se do exagero dos apocalípticos, quantos de nós guardamos de cabeça os números dos telefones dos familiares ou citações inteiras de poesias e músicas que dão o tom de muitos momentos significativos de nossas vidas? Poucos ou iluminados, como minha esposa, que tem memória de elefante. Quem sofre sou eu (risos), obviamente, nas discussões - raras, ainda bem - que temos. Ela sempre lembra mais do que eu, com falas e pormenores, das coisas que ocorreram.

Mas de tudo o que disse até agora, nada é mais empolgante que contar histórias para uma criança. Liberta de referências preconceituosas ou mesmo de pudores que minam a imaginação, uma criança, se estimulada, vai longe. Tão longe que diariamente quer passear pelos mesmos personagens ("conta novamente a história desse livro, papai") e incorpora a cada viagem uma nova palavra, um novo detalhe, como se apurasse o olho, a fala e a imaginação para novas experiências, daquelas bem dinâmicas que só a fala nos permite ter. Elisa, por exemplo, está vidrada nos livros. Pede para carregar um diferente todo dia, conta para si mesma as histórias, lida com os medos e com as brincadeiras, escolhe quem quer ser e se veste dignamente dos valores dos personagens.

Hoje, por exemplo, foi pra escola dizendo que era a Branca de Neve e, de tão Branca de Neve que é, saiu segurando a barra direita do calção da escola como se fosse a saia do vestido de gala da tal princesa. Espero que eu tenha sido o chofer dessa carruagem encantada e encantadora.


O Dia
O Dia do Contador de Histórias é comemorado desde 1991, com o objetivo de reunir os contadores de todo o mundo.

Bom projeto de incentivo ao hábito da leitura
O Itaú tem um projeto dos mais interessantes de incentivo à leitura. Em sua página Itaú Criança a empresa disponibiliza gratuitamente uma coleção de livros infantis, que é atualizada rotineiramente. Além de permitir o acesso a bons livros, abre espaço para que escritores e ilustradores brasileiros publiquem. Excelente projeto de responsabilidade social. Ganho significativo para a imagem da organização.

Ótimo texto sobre o assunto
Eugênia teve um texto sensacional dela sobre a experiência de ler histórias para uma criança publicado no Literatura BR.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Maurício de Sousa lança app da Turma da Mônica - e prova que jamais sairá das nossas vidas

Quando eu era criança, meu primo Marcelo tinha uma caixa de revistinhas da Turma da Mônica. Uma caixa grande! Ninguém conhece inveja até ter sete anos e ver uma coisa dessas...Estar em Crateús nas férias era aproveitar o limitado acesso que ele concedia aos exemplares.

Pois eis que, dois dias atrás, leio no blog Link que a Maurício de Sousa Produções (MSP) lançou um app com revistinhas chamado "Caixa de Quadrinhos". Eu só posso tirar o chapéu. A forma como eles conseguem se relacionar diretamente com nossa afetividade merecia anos de estudo. O produto "Mônica" é hoje revista, desenho animado, cinema, parque de diversões e por aí vai. Tenho muito a falar sobre eles, mas vou me conter e comentar apenas três iniciativas dos últimos anos.

A começar pelo app. Disponível para IOS e Android, ele permite acesso a 04 revistinhas gratuitas (com propagandas). Lançado em 03 de março, está hoje, 12/03, com mais de mil downloads. O app é tão bom que 90% dos comentários só encontrou de reclamar que as revistas gratuitas são poucas. As revistas pagas podem ser acessadas por compra em dólares do plano mensal (uns 13,07 reais) ou plano anual (uns 105 reais). Dizem na propaganda que são 500. Encontrei apenas 10 de cada um dos 04 personagens principais e mais 04 gratuitos. Pode ser que os outros 456 estejam na versão do plano anual... A promessa é que essas revistas sejam atualizadas constantemente. Perguntei ao Maurício de Sousa se serão só essas dos 04 personagens no Twitter, mas ele não me respondeu.

O que posso dizer é que gostei muito. Usei no celular, um Moto G. A interface é o que há de mais simples. Você baixa as revistas escolhidas e elas ficam disponíveis em sua "Coleção" para serem lidas sem acesso a internet. E, como dito, a versão paga não tem propagandas. Acho rídiculo reclamar que há pouca coisa gratuita, afinal que eu saiba, empresa precisa de receita.

Este é o mais novo passo de uma empresa que só se reinventa e aproveita os personagens sem perder a essência. A segunda iniciativa que vou citar veio no ano passado quando a MSP fez uma parceria com a Tok Stok e lançou a coleção "Turma da Mônica Toy". São materiais de papelaria, móveis, e roupa de cama e banho com essa versão coisa mais linda dos personagens. Para divulgar, foram lançados vários vídeos na internet com historinhas da versão toy. Eu não sei dizer quem gosta mais deles, a Elisa ou eu (eu!). Meus preferidos:





Por fim, o terceiro movimento foi editorial, a "Graphic MSP". Em 2007, a MSP rompeu com a Editora Globo e fechou parceria com a Panini ganhando a prateleira de uma empresa que já domina a Marvel e DC no Brasil. Aproveitando o imenso público infanto-juvenil já trabalhado na Panini, a MSP lançou em  2009 a Turma da Mônica Jovem. E em 2012, veio o excelente projeto "Graphic MSP".

São graphic novels com os personagens do Maurício de Sousa desenhados por outros artistas brasileiros. Primeiro, que eu descobri um mundo de desenhistas e roteiristas brasileiros atuais. Segundo, que as histórias são fantásticas. Aquele personagem que você ama está completamente diferente, mas está exatamente o mesmo.

Foram quatro lançamentos na primeira leva: Astronauta - Magnetar, por Danilo Beyruth e Cris Peter; Turma da Mônica - Laços, por Vitor Cafaggi e Lu Cafaggi (minha preferida); Chico Bento - Pavor Espaciar, por Gustavo Duarte; e Piteco - Ingá, por Shiko. As revistas custam R$19,90 em capa mole ou R$ 29,90 em capa dura em qualquer livraria.

No fim de 2014 iniciaram as novas publicações com Bidu - Caminhos, por Eduardo Damasceno e Luis Felipe Garrocho (segunda preferida) e Astronauta - Singularidade, por Danilo Beyruth e Cris Peter. A próxima será uma nova história da Turma pelos irmãos Caffagi. O responsável pelo planejamento editorial da MSP, Sidney Gusman, já divulgou umas imagens.


O herói da minha infância Maurício de Sousa afirmou no Link que não via o mundo digital canibalizar as revistinhas em quadrinhos. Para ele, eram meios complementares. A MSP está fazendo seu melhor para ser complementar mesmo. Inclusive à minha vida.