terça-feira, 23 de junho de 2015

Inbound Marketing, o que muda para o mercado?

O mercado de comunicação costuma inventar novos nomes para conceitos antigos. Assim, nascem novos especialistas, novos cursos, novos livros...Vende. Nos últimos meses, tenho me perguntado se o Inbound Marketing agrega algo ao mercado ou é um conceito já usado com carinha nova?

Muita pesquisa depois e, hoje, venho a público me declarar convertida: há sim um novo conceito e é muito interessante. Inbound Marketing é uma estratégia de marketing digital focada em conteúdo que busca chamar a atenção de um público interessado em um assunto para um produto ou serviço relacionado a ele. É um esforço casado de conteúdo, gerenciamento de redes sociais e de buscadores na internet. Nada disso é novo, a novidade é o conjunto da obra.

Segundo os autores do artigo HubSpot: Inbound Marketing and Web 2.0, para o Inbound funcionar bem são necessárias três habilidades: a primeira é a capacidade de escrever bons textos que atraiam consumidores, a segunda é a habilidade de distribuir este conteúdo de forma que seja achado facilmente pelo clientes, e por fim, a terceira é a habilidade de atrair e engajar uma comunidade de seguidores que interajam com o conteúdo e expressem seus pensamentos em um diálogo contínuo.
Blog HubSpot Brasil

O artigo citado fala sobre o software de marketing da HubSpot, agência a qual atribui a criação do conceito de Inbound Marketing e é pioneira e líder no mercado de softwares para ele. O produto faz todo o  gerenciamento da estratégia analisando métricas, conversões em lead, apelo do conteúdo, criando campanhas...

Neste artigo também encontrei uma definição fechado do conceito, aqui livremente traduzida: "estratégia de marketing que atrai a perspectiva dos clientes para um negócio e seus produtos, através do uso das ferramentas de web 2.0 e aplicativos como blogs, otimização de mecanismos de buscas e mídia social" (Steenburgh, Avery, & Dahodp, 2009, p.1). E o que isso muda para o mercado? Para começar, há que se integrar os esforços, o que já é muita coisa.

Vamos por partes. Os mecanismos de buscas na Internet estão hoje muito complexos. No começo dos tempos, quanto mais  vezes uma palavra aparecia no seu site, mais relevância seu endereço tinha na resposta do sistema. Em 2012, o Google lançou o Panda, algoritmo que analisa a qualidade do conteúdo, engajamento e nível de abandono de um site para ranqueá-lo nas respostas de pesquisas (leia mais aqui). Por exemplo, é mais difícil o usuário encontrar aquele site que não recebe atualização constante. Recentemente, o Google atualizou ainda mais o algoritmo com o Penguin.

Mais problemas? Mais mercado! Há uma série de empresas que trabalham na otimização do seu site para que ele apareça lá em cima nas buscas. É a Search Engine Optimization (SEO), que precisa ser usada com maestria porque se você usar técnicas demais, os algoritmos detectam e te derrubam por isso também. Nesta área, algumas empresas de publicidade já trabalham, mas as de TI aqui são as donas do jogo. Elas costumam agregar o serviço à venda da plataforma do site.

Aí você tem o uso de redes sociais. Estar presente em todas as redes sociais que lhe interessam respeitando as particularidades de cada uma delas e sabendo aproveitar as melhores oportunidades é uma arte complicada. Há muitos especialistas que estão focando em apenas uma como Ana Tex no Instagram. Uma agência que hoje ofereça marketing digital amplo e rentável para o cliente precisa ir bem mais fundo em cada rede. Aquele estagiário que faz a mídia social de 15 clientes ao mesmo tempo não vai dar conta do nível de especialização que o Inbound busca.

Por fim, há o conteúdo em si.  Não há porque jornalista reclamar da vida. Nunca foi tão importante ter bons textos. Estão nascendo agências como a ContenTools que oferecem exclusivamente conteúdo e os jornalistas só não tomam a frente dessa área se não quiserem. Afinal, quem tem treino para escrita? O Inbound Marketing é todo voltado para ter um bom conteúdo, que fisgue seu cliente nas águas da internet e o converta em consumidor.

Seja num site ou blog, ele quer trazer os leitores até você, e garantir que não saiam mais (todo o conceito do Inboud é primo-irmão do conceito de blog corporativo, por isso ele demorou a me convencer). E a chave-mestra é... bom conteúdo. A ContenTools cita uma pesquisa de 2012 que mostrou que 54% das marcas aumentaram o envolvimento dos clientes em função da qualidade do conteúdo em seus sites. Outra pesquisa realizada pelo Custom Content Council revelou que de cada dez consumidores, seis sentem-se mais seguros para comprar produtos e serviços de empresas que publicam conteúdo personalizado em seus sites.

Em resumo, o Inbound Marketing mexe sim e com todo mundo: publicitários, jornalistas, programadores... A pergunta é: quem vai conseguir oferecer o pacote completo ao mercado e quem vai ficar patinando e dizendo que faz? Para quem quiser saber mais, há o livro "Inbound Marketing, Seja encontrado usando Google, mídia social e blogs". Segundo ele, os próximos 50 anos serão a Era do Inbound Marketing. Mas eu aposto que ele vai mudar de nome a cada três anos na tal Era.

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